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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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sexta-feira, 15 de julho de 2011

CAMINHO PARA DEUS - LIVRO SÉTIMO DE CONFISSÕES

http://criadoreumso.blogspot.com
15/07/2011 (Sexta-feira)


CAPÍTULO XII

Admirava-me de já te amar, e não a um fantasma em teu lugar; mas não era estável no gozo do meu Deus. Era arrebatado a ti por tua beleza, e logo afastado de ti pelo meu peso, que me precipitava sobre a terra a gemer. Meu peso eram os hábitos carnais. Mas tua lembrança me acompanhava. Nem absolutamente duvidava da existência de um ser a quem eu devia me unir; embora não estivesse apto para esta união, porque o corpo, que se corrompe, sobrecarrega a alma, e a morada terrena oprime o espírito carregado de cuidados*. Estava certíssimo de que tuas belezas invisíveis se descobrem à inteligência desde a criação do universo por meio de tuas obras, bem como teu poder eterno e tua divindade**.

Buscava saber de onde me vinha minha faculdade de apreciar a beleza dos corpos - quer celestes, quer terrenos - e o que me permitia julgar rápida e cabalmente das coisas mutáveis quando dizia: "Isto deve ser assim, aquilo não deve ser assim". Procurando a origem de minha faculdade de julgar quando assim julgava, achei a eternidade mutável e verdadeira, acima de meu espírito mutável.

E, gradualmente, fui subindo dos corpos para a alma, que sente por meio do corpo; e dela à sua força interior, à qual os sentidos comunicam as coisas exteriores, que é o limite alcançado pelos animais. Daqui passei para o poder do raciocínio, ao qual cabe julgar as percepções dos sentidos corporais; por sua vez, julgando-se sujeito a mudanças, levantou-se até a sua própria inteligência, e afastou o pensamento de suas cogitações habituais. Livrou-se da multidão de fantasmas contraditórios, para descobrir que luz a inundava quando, sem nenhuma dúvida, afirmava que o imutável deve ser preferido ao mutável; e também de onde lhe vinha o conhecimento do próprio imutável, porque, se não tivesse dele alguma noção, nunca o preferiria ao mutável com tanta certeza. E, finalmente, chegou àquele que é num único lampejo.

Foi então que tuas perfeições invisíveis se manifestaram à minha inteligência por meio de tuas obras. Mas não pude fixar nelas meu olhar; minha fraqueza se recobrou, e voltei a meus hábitos, não levando comigo senão uma lembrança amorosa e, por assim dizer, o desejo do perfume do alimento saboroso que eu ainda não podia comer.
(Por Aurelius Augustinus  *354   -430) Pág. 158-159
* Sab 9,15.
** Rom 1,20.

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