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GALÁXIA, ALFA, Brazil
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domingo, 27 de novembro de 2011

SERÁ O TEMPO SIMPLESMENTE EXTENSÃO? LIVRO DÉCIMO PRIMEIRO DE CONFISSÕES

http://criadoreumso.blogspot.com
27/11/2011 (Domingo)


OS DIREITOS AUTORAIS DE "CONFISSÕES" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.


Porventura não é sincera a minha alma ao dizer-Te que posso medir o tempo? Então, meu Deus, meço sem saber o que meço? Meço com o tempo o movimento de um corpo, e não posso medir do mesmo modo também o tempo? Seria possível medir a duração do movimento de um corpo, e quanto o corpo demora para chegar de um lugar a outro, sem medir o tempo em que se move? E com que meço o tempo? Posso medir um tempo mais longo com o espaço mais breve de tempo, do mesmo modo que medimos o comprimento de um caibro com uma unidade menor? De fato, medimos a duração de uma sílaba longa com a duração de uma breve, e dizemos que a primeira é o dobro da segunda. Assim, medimos a extensão de um poema pelo número de versos, o comprimento dos versos pelo número de pés, e a dimensão dos pés com a dimensão das sílabas*, e a dimensão das sílabas longas com a dimensão das sílabas breves, e não pelas páginas, pois desse modo estaríamos medindo espaços e não tempos. Conforme as palavras passam e nós as pronunciamos dizendo: "Este poema é extenso porque se compõe de tantos versos; estes versos são longos porque se compõem de tantos pés;* estes pés* são longos porque feitos de tantas sílabas; e esta é uma sílaba longa, porque é o dobro de uma breve. Todavia, nem desse modo chegamos à noção exata da medida do tempo, porque pode suceder que um verso breve, recitado lentamente, dure mais tempo que um verso mais longo recitado apressadamente. O mesmo acontece a um poema, a um pé* ou a uma sílaba. Daí concluo que o tempo nada mais é do que extensão. Mas extensão de quê? Ignoro. Seria surpreendente, se não fosse a extensão da própria alma. Portanto, dize-me, eu Te suplico, meu Deus, que coisa meço eu quando me exprimo de modo indeterminado: "Este tempo é mais longo do que aquele"; ou quando digo, de modo mais preciso: "Este tempo é o dobro daquele"? Sei perfeitamente que meço o tempo, mas não o futuro, porque ainda não existe; nem o presente porque não tem extensão, nem o passado porque não existe mais. Que meço eu então? O tempo que está passando, e não o que já passou? Isto é de fato o que tinha dito antes.¹


(Por Aurelius Augustinus  *354  +430).
¹ Ver acima, XI livro, cap. 16. {blogado em 15/11/11).
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