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OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
QUEM CONVERSA, DE FATO, COM AGOSTINHO? SEU "EU" SUPERIOR? SEU ANJO DA GUARDA? NÃO É UM DIÁLOGO, CONFORME ELE — É UM SOLILÓQUIO.
(continuação)
Amor a nós mesmos.
R — Mas por que vamos nos deter nisto? Continuemos e vejamos o que vem antes de tudo: se estamos sãos.
A — Isto é lá contigo, se podes olhar um pouco para mim ou para ti. Tu perguntando, responderei o que acho.
R — Ama alguma coisa além do conhecimento do teu Deus?
A – Conforme o que sinto agora, eu poderia responder que nada mais amo; porém, para melhor segurança respondo que não sei. Porque, como me tem ocorrido com frequência, quando eu cria que não me deixaria mover por nenhuma outra coisa, contudo alguma coisa me vinha à mente que me tocava muito mais do que eu supunha. Igualmente, embora com frequência não me importasse com algo que me aflorasse ao pensamento, na realidade, ao aflorar perturbou-me mais do que eu pensava. No momento, sinto que somente três coisas podem me dizer respeito: o medo da perda daqueles a quem amo, o medo da dor e o medo da morte.
R — Então amas a vida dos que te são caros em convivência contigo, a tua boa saúde e a tua própria vida neste corpo; pois do contrário não temerias a perda dessas coisas.
A — Confesso que sim.
R — Então, agora que nem todos os teus amigos estão presentes contigo e que a tua saúde não é perfeita, isto causa-te alguma aflição; vejo que há consequência nisso.
A — Não posso negar que seja correto.
R — Mas se de repente chegasses a sentir e comprovar que teu corpo está com saúde e visses aqueles a quem amas participando contigo deste lazer descontraído, isto não te causaria bastante alegria?
A — Realmente bastante. Ainda mais, principalmente se isso acontecesse de repente; dizes, como eu renunciaria ou dissimularia este tipo de prazer?
R — Então, ainda te excitas com todas as fraquezas e comoções da alma. Não é certa imprudência de tais olhos quererem ver aquEle Sol?
A — Concluiste desse modo como se eu não sentisse quanto melhorou minha saúde, quando cedeu a enfermidade e quanto ainda resiste. Permite-me admitir isso.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
19/04/2012 (Quinta-feira)
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QUEM CONVERSA, DE FATO, COM AGOSTINHO? SEU "EU" SUPERIOR? SEU ANJO DA GUARDA? NÃO É UM DIÁLOGO, CONFORME ELE — É UM SOLILÓQUIO.
(continuação)
Amor a nós mesmos.
R — Mas por que vamos nos deter nisto? Continuemos e vejamos o que vem antes de tudo: se estamos sãos.
A — Isto é lá contigo, se podes olhar um pouco para mim ou para ti. Tu perguntando, responderei o que acho.
R — Ama alguma coisa além do conhecimento do teu Deus?
A – Conforme o que sinto agora, eu poderia responder que nada mais amo; porém, para melhor segurança respondo que não sei. Porque, como me tem ocorrido com frequência, quando eu cria que não me deixaria mover por nenhuma outra coisa, contudo alguma coisa me vinha à mente que me tocava muito mais do que eu supunha. Igualmente, embora com frequência não me importasse com algo que me aflorasse ao pensamento, na realidade, ao aflorar perturbou-me mais do que eu pensava. No momento, sinto que somente três coisas podem me dizer respeito: o medo da perda daqueles a quem amo, o medo da dor e o medo da morte.
R — Então amas a vida dos que te são caros em convivência contigo, a tua boa saúde e a tua própria vida neste corpo; pois do contrário não temerias a perda dessas coisas.
A — Confesso que sim.
R — Então, agora que nem todos os teus amigos estão presentes contigo e que a tua saúde não é perfeita, isto causa-te alguma aflição; vejo que há consequência nisso.
A — Não posso negar que seja correto.
R — Mas se de repente chegasses a sentir e comprovar que teu corpo está com saúde e visses aqueles a quem amas participando contigo deste lazer descontraído, isto não te causaria bastante alegria?
A — Realmente bastante. Ainda mais, principalmente se isso acontecesse de repente; dizes, como eu renunciaria ou dissimularia este tipo de prazer?
R — Então, ainda te excitas com todas as fraquezas e comoções da alma. Não é certa imprudência de tais olhos quererem ver aquEle Sol?
A — Concluiste desse modo como se eu não sentisse quanto melhorou minha saúde, quando cedeu a enfermidade e quanto ainda resiste. Permite-me admitir isso.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
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