21/06/2012 (Quinta-feira)


OS DIREITOS AUTORAIS DE "A TRINDADE" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
(Continuação)
Precaução contra os hereges. A verdadeira imortalidade. A fé e a compreensão das coisas divinas — (II).
Com a finalidade de purificar o espírito humano de semelhantes erros a Santa Escritura, acomodando-se aos pequenos, não evitou expressões designando esse gênero de coisas temporais, mediante as quais nosso entendimento, como que alimentado, pudesse ascender por degraus, às coisas divinas e sublimes. Por isso, empregou palavras tomadas das coisas corporais ao falar de Deus como, por exemplo, quando diz:
Protege-me à sombra de tuas asas (Sl 16,8).
E apropriou-se também de muitas expressões referentes ao espírito para significar aquilo que, embora não seja desse modo, era preciso que fosse dito assim, como:
Eu sou um Deus ciumento (Ex 20,5).
E também:
Pesa-me de ter feito o homem (Gn 6,7).
Em se tratando de coisas inexistentes, a Escritura não registrou expressão alguma que envolvesse locuções figurativas ou encerrasse enigmas. Daí, que se perdem em afirmações vãs e perniciosas os que se afastam da verdade, abraçando aquela terceira espécie de erro. Conjeturam a respeito de Deus elementos que não se encontram nele mesmo, nem em criatura alguma.
Com elementos próprios das criaturas, a Escritura divina costuma compor como que jogos infantis, com a intenção de que os assentimentos dos simples sejam estimulados, como que passo a passo, à procura das coisas superiores, no abandono das inferiores. O que, porém, é dito com propriedade somente a respeito de Deus e que não se encontra nas criaturas, a divina Escritura raramente registra, como o que foi dito a Moisés: Eu sou o que sou, e também: Aquele que é, enviou-me a vós (Ex 3,14). Ainda que o verbo "ser" seja empregado também em relação ao corpo e a alma, a Escritura não o empregaria, se não quisesse dar a essas palavras um sentido todo especial, ao se referir a Deus. Do mesmo modo quando o Apóstolo diz: O único que possui a imortalidade, o Senhor dos Senhores (1Tim 6,16). Visto que se diz a alma ser imortal, como de fato é, a Escritura não diria: "O único", se a verdadeira imortalidade não fosse a imutável, da qual nenhuma criatura é dotada, já que esta imortalidade pertence somente ao Criador. O mesmo dá a entender o apóstolo Tiago: Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto, descendo do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação (Tg 1,17). Há também o que diz Davi: E como uma vestidura, Tu as mudas e ficam mudadas; Tu, porém, és sempre o mesmo (Sl 101,27-28).
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 ♱430).
(Continuação)
Precaução contra os hereges. A verdadeira imortalidade. A fé e a compreensão das coisas divinas — (II).
Com a finalidade de purificar o espírito humano de semelhantes erros a Santa Escritura, acomodando-se aos pequenos, não evitou expressões designando esse gênero de coisas temporais, mediante as quais nosso entendimento, como que alimentado, pudesse ascender por degraus, às coisas divinas e sublimes. Por isso, empregou palavras tomadas das coisas corporais ao falar de Deus como, por exemplo, quando diz:
Protege-me à sombra de tuas asas (Sl 16,8).
E apropriou-se também de muitas expressões referentes ao espírito para significar aquilo que, embora não seja desse modo, era preciso que fosse dito assim, como:
Eu sou um Deus ciumento (Ex 20,5).
E também:
Pesa-me de ter feito o homem (Gn 6,7).
Em se tratando de coisas inexistentes, a Escritura não registrou expressão alguma que envolvesse locuções figurativas ou encerrasse enigmas. Daí, que se perdem em afirmações vãs e perniciosas os que se afastam da verdade, abraçando aquela terceira espécie de erro. Conjeturam a respeito de Deus elementos que não se encontram nele mesmo, nem em criatura alguma.
Com elementos próprios das criaturas, a Escritura divina costuma compor como que jogos infantis, com a intenção de que os assentimentos dos simples sejam estimulados, como que passo a passo, à procura das coisas superiores, no abandono das inferiores. O que, porém, é dito com propriedade somente a respeito de Deus e que não se encontra nas criaturas, a divina Escritura raramente registra, como o que foi dito a Moisés: Eu sou o que sou, e também: Aquele que é, enviou-me a vós (Ex 3,14). Ainda que o verbo "ser" seja empregado também em relação ao corpo e a alma, a Escritura não o empregaria, se não quisesse dar a essas palavras um sentido todo especial, ao se referir a Deus. Do mesmo modo quando o Apóstolo diz: O único que possui a imortalidade, o Senhor dos Senhores (1Tim 6,16). Visto que se diz a alma ser imortal, como de fato é, a Escritura não diria: "O único", se a verdadeira imortalidade não fosse a imutável, da qual nenhuma criatura é dotada, já que esta imortalidade pertence somente ao Criador. O mesmo dá a entender o apóstolo Tiago: Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto, descendo do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação (Tg 1,17). Há também o que diz Davi: E como uma vestidura, Tu as mudas e ficam mudadas; Tu, porém, és sempre o mesmo (Sl 101,27-28).
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 ♱430).
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