Lírio Verde

Criar seu atalho
http://criadoreumso.blogspot.com
03/05/2011 (Terça-feira)

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Em Yverdon, o notável educador suiço reuniu em torno de si e da obra, objeto de tantas esperanças, conceituados professores vindos de várias partes, sendo que alguns deles tinham sido anteriormente seus alunos. Partilhando do entusiasmo do venerável mestre e devotados à causa sagrada do ensino, são mais citados pelos biógrafos os nomes de Hermann Krüsi, Tobler, Buss, Niederer, João Ramsauer, Von Muralt, José Schmid, Barraud, Blochmann, Hoffman, Hopf, Boniface, Konrad Näf, Mieg, Steiner, e muitos outros. Afora eles, homens de grande mérito, a maioria dos quais igualmente ensinaram no Instituto, acudiram de diferentes países para conhecer A Instituição e seus professores, o plano de estudos e os processos pedagógicos da sua aplicação. Entre essas ilustres figuras, que absorveram o novo método de educação e posteriormente o disseminaram em suas terras natais, destacam-se: o grande pedagogo Fröbel, vulgarizador dos famosos "jardins de infância", que o tornaram célebre no mundo inteiro; o sábio professor Karl Ritter, um dos fundadores da geografia científica moderna e que lecionou esta matéria em Yverdon; a amiga de Beethoven, Teresa de Brunszvik, divulgadora de Pestalozzi na Hungria; Karl von Raumer, que escreveu mais tarde a curiosa e sábia "história da Pedagogia"; von Türk, filantropo e pedagogo, de nobre família alemã, que renunciou a honroso lugar na magistratura de Oldenburg, para vir estudar o sistema pestalozziano em Yverdon, aí se tornando mestre em sua segunda visita; Nägeli, músico e educador zuriquense, criador dos orfeões de canto popular e seu maior propagandista na Suiça alemã; o Rev. Mayo e J. Greaves, dois abnegados discípulos de Pestalozzi e divulgadores do seu método na Inglaterra, sendo que o primeiro durante três anos ensinou religião aos alunos ingleses de Clendy e Yverdon; Jullien de Paris, que muito contribuiu para tornar conhecida na França a doutrina pestalozziana; etc., etc.
Foi com justiça e verdade que se lavrou no frontal do monumento erigido à memória de Pestalozzi, em Birr (cantão de Argóvia), um epitáfio que, entre outras coisas, dizia ter sido ele, em Yverdon, "o educador da Humanidade".
Línguas, raças, crenças, culturas e hábitos diferentes ali se misturavam, aprendendo as crianças e os jovens, na vivência escolar, a lição da fraternidade, da igualdade e da liberdade. De tal maneira esses ideais ficaram enraizados na alma de Rivail, que muitos anos mais tarde, relembrando-se, talvez, da grande família unida de Yverdon, ele afirmava constituirem, por si sós, "o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que eles exprimem pudessem receb er integral aplicação".
"Nas cumeeiras de Yverdon, o Presépio de Belém volve-se, na verdade, em Monte das Oliveiras - os discípulos a receberem a boa nova, a lição do Mestre, subordinada a esta máxima reguladora: saber e bondade sob a regência perpétua do bom-senso". Uma média de 150 alunos internos (a maioria) e externos, metade dos quais estrangeiros, isto é, não suiços, aprendiam com Pestalozzi que o "amor é o eterno fundamento da educação". Cedo, a reputação do Instituto se estendeu tão longe que atraiu para ali até mesmo jovens do Brasil e dos Estados Unidos da América. Com altos e baixos, o número de estudantes diminuiria bastante nos últimos anos do Instituto.
Das crianças internas cujos pais tinham recursos, cobrava-se uma pensão anual, cerca de setecentos e vinte francos em 1812, e que compreendia a alimentação, a lavagem de roupa, a instrução, a compra de cadernos e dos primeiros livros elementares. Os pais deviam fornecer cama e enxoval completo, e pagavam, ainda, por atividades e serviços extraordinários quando solicitados por eles mesmos.
(Por Zêus Wantuil e Francisco Thiesen - pág.34-36)
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