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GALÁXIA, ALFA, Brazil
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terça-feira, 3 de maio de 2011

INSTITUTO DE YVERDON (III) PESTALOZZI

Lírio Verde

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03/05/2011 (Terça-feira)





AS ATIVIDADES NO INSTITUTO 

Aluno de Pestalozzi, de 1808 a 1817, Roger de Guimps deixou traçadas, em longa tirada, algumas de suas lembranças que mostram o ambiente saudável (...) por muitos anos. "Os alunos gozavam de grande liberdade; as portas do castelo permaneciam abertas o dia todo, e sem porteiros. Podia-se sair e entrar a qualquer hora, como em toda casa de uma família simples, e as crianças quase não se prevaleciam disso. Eles tinham, em geral, dez horas de aula por dia. Das seis da manhã às oito da noite, mas cada lição só durava uma hora e era seguida de pequeno intervalo, durante o qual ordinariamente se trocava de sala. Por outro lado, algumas dessas lições consistiam em ginástica ou em trabalhos manuais, como cartonagem e jardinagem. A última hora da jornada escolar, das sete às oito da noite, era dedicada ao trabalho livre; as crianças diziam: On travaille pour soi, e elas podiam, a seu bel-prazer, ocupar-se de desenho ou de geografia, escrever a seus pais ou por em dia seus deveres. "Os mestres mais jovens, que, em sua maioria, tinham sido alunos em Berthoud (Bergdorf), eram encarregados da vigilância durante todo o tempo em que não havia lições. Eles pernoitavam nos dormitórios, tomavam parte nas recreações dos alunos, com o mesmo prazer que estes; acompanhavam-nos ao jardim, ao banho, ao passeio, sendo muito estimados. Eram os únicos professores que os alunos tuteavam. Divididos em grupos, cada grupo desempenhava suas funções de três em três dias, pois que essa vigilância os ocupava de manhã à noite. "Três vezes por semana, os mestres davam conta a Pestalozzi da conduta e do trabalho dos alunos; estes, cinco a seis de cada vez, eram chamados à presença do "velho"para receber suas admoestações e exortações. Pestalozzi os levava, então, um após outro, a um canto do seu gabinete do trabalho, e com eles conversava em surdina. Perguntava se tinham algo para lhe dizer, para lhe pedir; procurava assim ganhar-lhes a confiança, a fim de sondar se eles se sentiam bem, o que lhes agradava ou desagradava. "Todos os domingos, numa assembléia geral, passava-se em revista o trabalho da semana."
Roger de Guimps discorreu, ainda, sobre a natação no lago Neuchâtel, às margens do qual descem as encostas do Jura cobertas de Vinhedos, sobre as caminhadas pelo vasto jardim contíguo ao castelo, sobre a obrigatoriedade de exercícios militares para os alunos maiores, sobre o ensino facultativo da dança e da esgrima, sobre as ascenções às montanhas, sobre a patinagem durante o inverno; sobre as festas principais do ano, inclusive a de aniversário de Pestalozzi, sobre as grandes excursões às florestas da vizinhança, a fim de realizarem estudos e colherem plantas, sobre as representações teatrais, geralmente baseadas nos feitos heróicos da história suiça da Idade Média, sobre os jogos e diversões várias, sobre a importância que Pestalozzi dava ao canto: cantava-se nos intervalos das lições, nos recreios, nos passeios. A música e o canto adquiriram ali, em 1816 e 1817, grande impulso com o notável compositor suiço Xaver Schnyder Von  Wartensce. Todas essas atividades, e muitas outras aqui não mencionadas, explicam a razão do renome mundial de que gozava o Instituto de Yverdon. "Não havia castigos nem recompensas. Pestalozzi não queria a emulação nem o medo. Só admitia a disciplina do dever, ou melhor, a de afeição, do amor". Nas admoestações que fazia, sempre indiretas, punha tanta bondade e compreensão em suas palavras, que não raro, os alunos se retiravam com lágrimas nos olhos, de sincero arrependimento. Além de receberem excelente preparo físico, intelectual e moral, os escolares, eram igualmente educados para a vida em sociedade, de modo a poderem enfrentar o mundo em qualquer situação ou circunstância. Marc-Antoine Jullien, de Paris, na segunda edição (Paris, 1842) de seu volumoso livro "Exposé de la méthode d`éducation de Pestalozzi (...)", faz a páginas 487/497 extenso relato  do dia a dia no Instituto, entrando em pormenores realmente interessantes e curiosos, não revelados pelos demais divulgadores da obra pestalozziana. Ele assinala, ainda, que não havia férias anuais, embora os pais tivessem liberdade, durante um dos meses do outono, de terem junto deles os filhos, sem que, com isso, ficasse interrompido o curso dos estudos no Instituto. Conforme conta Ackermann, que foi aluno de Pestalozzi em Yverdon, "o ensino ali era especialmente heurístico, isto é, o aluno é conduzido a descobrir por si mesmo, tanto quanto possível por seu esforço pessoal, as coisas que estão ao alcance de sua inteligência, em vez de elas lhe serem ministradas dogmaticamente pelo método catequético". Partindo do princípio: "a instituição é a fonte de todos os nossos conhecimentos", Pestalozzi fundou sobre a instituição o edifício do ensino novo. "A história, a literatura, todos os ramos dos conhecimentos humanos eram ensinados em Yverdon pelos homens mais notáveis", escreveu Augustin Cochin, que fora aluno do estabelecimento em questão. Pierre Philib ert Pompée arrola em várias passagens de sua obra biográfica muitas das matérias que os alunos aprendiam. Mas é Jullien de Paris que apresenta lista bem completa e e nele nos apoiamos para acrescentar, aos que já foram aqui citados, mais estes conhecimentos lecionados no Instituto; noções gerais, porém exatas, de mineralogia, de botânica, de zoologia e de anatomia comparada; um curso abreviado de história natural; elementos de fisiologia e psicologia; lições de física experimental e de química; estudo de línguas mortas ou antigas (principalmente grego e latim); o ensino das seguintes línguas vivas ou modernas: italiana, inglesa, francesa e alemã, sobretudo as duas últimas; o estudo geral das matemáticas, dividido em quatro seções: cálculo teórico e prático, e aritmética superior; álgebra, ou aritmética literal e universal; geometria e trigonometria; mecânica, com  noções de astronomia e geografja matemática. Todas essas matérias faziam parte do ensino secundário, a que se juntava, ainda, uma tintura geral das belas-artes, aí incluído o desenho e a música. Ensinava-se, também, a geografia política e civil, a geografia geral e a história civil. Enfim, a instrução religiosa e moral. Na instrução primária, além da leitura, da escrita, do desenho, do canto e da ginástica, eram dadas noções de linguagem, elementos de cálculo mental (calcul de tête) e de cálculo por escrito (calcul des chiffres). Afirma o "Dictionnaire"de Pédagogie et dÌnstruction Primaire", de Buisson , que no estabelecimento de Pestalozzi entravam todas as disciplinas do programa do ensino primário e secundário, inclusive línguas antigas. Na verdade, porém, a instrução ali não se limitava ao que acima está escrito; estendia-se e desdobrava-se sob diferentes ângulos e matizes, Insigns mestres, que de perto acompanharam o ensino realizado em Yverdon, afirmaram que as crianças adquiriam, num ano, mais conhecimentos reais do que em dois ou três anos pelos métodos antigos.
(Zeus Wantuil e Francisco Thiesen - pág. 37-42). 

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