Lírio Verde
http://criadoreumso.blogspot.com 02/06/2011 (Quinta-feira)
Introdução de MAURO ARAUJO DE SOUZA - Doutorando em Filosofia, mestre em Ciências da Religião e especialista em História pela PUC-SP. É ex-frade franciscano e professor de Filosofia e História desde 1985. Morou, por dois anos, em Shizuoka-Ken, no Japão. Lá, aprendeu a descobrir a riqueza da Filosofia Oriental.
( II )
Agostinho sustentava duas famílias, porque perdeu seu pai aos vinte anos e porque amava uma mulher pobre. Nisso lhe foi de grande valia sua cadeira de retórica em Cartago. Acabou se tornando um excelente professor e pôde levar sua experiência para outros lugares. Certamente, por longo tempo, ateve-se às precauções com a mulher amada, pois sabia que teria de esperar muito para ficar com ela, pois eram de estratos sociais que não permitiam uma união pela lei. Após tanto sofrimento passional e nas questões da fé, o contato com o bispo de Milão, Ambrósio, muito o auxiliaria e seria determinante na sua futura carreira eclesiástica. Sem a mãe, que morrera, sem o filho, e, agora, querendo estender seu amor a todos que abraçassem a causa da Igreja, dedicou-se a fundação de uma comunidade monástica. Mas o Bispo Valério de Hipona, na Argélia, tinha planos para ele e recebera o endosso dos fiéis. Agostinho tornara-se vigário e, mais tarde, seria bispo da mesma cidade, Hipona, e sucessor de Valério. Nas Confissões, ele revelou-se, pela própria experiência de vida, um ótimo conselheiro tanto para questões íntimas e psicológicas quanto para questões filosóficas e teológicas. Outras obras assumiram em suas letras o espírito de luta do bispo de Hipona para sustentar o credo cristão católico. Foram elas: De Trinitate, Contra os Acadêmicos, Solilóquios, Do Livre-Arbítrio, De Magistro (publicadas neste volume), Espírito e Letra, A Cidade de Deus e as Retratações, em geral, Agostinho, de fato, conseguiu influenciar toda a Idade Média e fez parte do que os historiadores da filosofia denominaram de patrística, a filosofia dos padres da Igreja. Desta filosofia, originar-se-á mais tarde a escolástica, com São Tomás de Aquino como principal interlocutor.
(pág. 14-15)
(pág. 14-15)
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