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02/05/2011 (Quinta-feira)
Introdução de MAURO ARAUJO DE SOUZA - Doutorando em Filosofia, mestre em Ciências da Religião e especialista em História pela PUC-SP. É ex-frade franciscano e professor de Filosofia e História desde 1985. Morou, por dois anos, em Shizuoka-Ken, no Japão. Lá, aprendeu a descobrir a riqueza da Filosofia Oriental.
Mais uma vez se retrata a dualidade em Agostinho, o contraste entre a miséria humana e a grandeza de Deus. Aliás, durante a Idade Média, e mesmo depois, não serão poucas as marcas do Agostinismo na Igreja Católica. Mesmo no surgimento de novas ordens religiosas, o embate entre, por exemplo, corpo e alma, seguem de maneira forte. Para isso, basta que se tenha acesso à hagiografia e à devida contextualização. A ideia de culpa, sem dúvida, também está implícita. Ninguém se confessa caso não se sinta culpado com relação a algo, pois é de arrependimento que se trata aqui. É o que sobra ao homem pecador senão confessar as suas fraquezas? Agostinho quer, como cristão, abrir a outros o caminho que trilhou para a conversão. No fundo, esta sua obra, Confissões, é um incentivo àqueles que se sentem perdidos e confusos. O filho de Mônica vem trazer o apoio da graça divina ao espírito perturbado. Quis dividir sua experiência com todos os que tivessem acesso à Confissões, do contrário não a teria escrito. Por outro lado, quis também revelar a infinita misericódia daquele que o salvou, e assim entendia a graça divina: salvadora. É o "amém", o obrigado, de Agostinho dirigido a Deus, que lhe reconhecera nas profundezas de seu espírito e a ele desvelara os segredos mais recônditos de sua consciência.
(Pág. 19-20)
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