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08/06/2011 (Quarta-feira)
De onde veio este sonho, senão dos ouvidos que tinhas atentos a seu coração, ó Deus bom e onipresente, que cuidas de cada um de nós como se não tivesses outro para cuidar, zelando de todos como de cada um!
08/06/2011 (Quarta-feira)
De onde veio este sonho, senão dos ouvidos que tinhas atentos a seu coração, ó Deus bom e onipresente, que cuidas de cada um de nós como se não tivesses outro para cuidar, zelando de todos como de cada um!
E como explicar o que se segue? Contou-me minha mãe esta visão, e querendo-a eu persuadir que significava o contrário, e que não devia desesperar de ser algum dia o que eu era, isto é, maniqueísta, ela, sem nenhuma hesitação, me respondeu: "Não; não me foi dito: onde ele está ali estarás tu, mas onde tu estás ali estará ele também"
Confesso, Senhor, e muitas vezes disse que, pelo que me recordo, me abalou mais esta tua resposta pela solicitude de minha mãe, imperturbável diante de explicação falsa e ardilosa, e por ter visto o que se devia ver - e que eu certamente não veria sem que ela o dissesse - que o mesmo sonho com o qual anunciaste a esta piedosa mulher com tanta antecedência, a fim de consolá-la em sua aflição presente, uma alegria que só havia de se realizar muito tempo depois.
Seguiram-se, efetivamente, quase nove anos, durante os quais continuei a me resolver naquele abismo de lodo e trevas de erro, afundando-me tanto mais quanto mais esforços fazia para me libertar. Entretanto, aquela piedosa viúva, casta e sóbria como as que tu amas, já um pouco mais alegre com a esperança, porém, não menos solícita em suas lágrimas e gemidos, não cessava de chorar por mim em em tua presença em todas as horas de suas orações; e suas preces eram aceitas a teus olhos, mas deixavas-me ainda resolver-me e envolver-me naquela escuridão.
(Por Aurelius Augustinus *354 -430) Pág. 77
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