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31/07/2011 (Domingo)
31/07/2011 (Domingo)
CAPÍTULO XII
Mas logo que esta profunda reflexão tirou da profundeza de minha alma, e expôs toda minha miséria à vista de meu coração, caiu sobre mim enorme tormenta, trazendo copiosa torrente de lágrimas. E para dar-lhe toda vazão com seus gemidos, afastei-me de Alípio; a solidão parecia-me mais adequada e me afastei o mais longe possível, para que sua presença não me fosse embaraçosa. Tal era o estado em que me encontrava, e Alípio percebeu-o, pois lhe disse alguma coisa com um timbre de voz embargado de lágrimas que me denunciou.
Alípio. atônito, continuou no lugar em que estávamos sentados; mas eu, não sei como, me retirei para a sombra de uma figueira, e dei vazão às lágrimas; e dois rios brotaram de meus olhos, sacrifício agradável a teu coração. E embora não com estes termos, mas com o mesmo sentido, muitas coisas te disse como esta: E tu, Senhor, até quando¹? Até quando, Senhor, hás de estar irritado! Esquece-te de minhas iniquidades passadas²! Sentia-me ainda preso a elas, e gemia, e lamentava: "Até quando? Até quando direi amanhã, amanhã? Por que não agora? Por que não por fim agora às minhas torpezas?"
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág.184-185.
¹ Sl 6,4.
² Sl 78,5.
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