VIM AQUI PARA TE DIZER QUE...

Minha foto
GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

OLÁ!

BOM DIA, BOA TARDE OU BOA NOITE. SEJA FELIZ!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A IDEIA DE DEUS ( I ) - LIVRO SÉTIMO DE CONFISSÕES

http://criadoreumso.blogspot.com
06/07/2011 (Quarta-feira)


CAPÍTULO I

Já havia morrido minha adolescência má e nefanda; entrava na juventude, e quanto mais crescia em idade, mais vergonhosa se tornava minha vaidade, a ponto de não poder imaginar uma substância além da que se pode perceber com os olhos.

Desde que comecei receber as lições da sabedoria, não mais te imaginava, meu Deus, sob a forma de um corpo humano - sempre fugi dessa ideia, e me alegrava encontrar essa doutrina na fé de nossa mãe espiritual, a Igreja Católica; - mas não me ocorria outro modo de te imaginar. E sendo eu homem, - e que homem - , esforçava-me para imaginar a ti, o sumo, o único e verdadeiro Deus. Com toda minha alma eu te julgava incorruptível, inviolável e imutável. Mesmo não sabendo de onde nem como me vinha esta certeza, eu via com clareza e tinha como certo que o incorruptível é melhor do que o corruptível. Sem hesitar, colocava o que não pode ser vencido acima do que o pode ser, e o que não sofre mudança parecia-me melhor do que é suceptível a mudanças.

Meu coração clamava violentamente contra todos os meus fantasmas. Esforça-me por afugentar, com um só golpe, o redemoinho de imagens imundas que voluteavam a meu redor. Mas, apenas disperso, em um piscar de olhos, tornava a se formar aos atropelos sobre minha vista, obscurecendo-a. Apesar de não te atribuir uma figura humana, contudo, necessitava te conceber como algo corporal, situado no espaço, quer imanente ao mundo, quer difundido por fora do mundo através do infinito; tal era o ser incorruptível, inviolável e imutável que eu colocava acima do que é corruptível, sujeito à deterioração e às mudanças. O que não ocupava espaço me parecia um nada absoluto, perfeito, e não um simples vazio, como quando se tira um corpo de um lugar, permanecendo o lugar vazio de todo o corpo, terrestre, úmido, aéreo ou celeste,* mas, enfim, um lugar vazio, como que um nada espaçoso.
(Por Aurelius Augustinus   *354   -430) Pág.141-142
* Refere-se aqui aos quatro elementos da natureza, dos quais  os amigos supunham constituir tudo o que existe - terra, fogo, ar e água no lugar dos elementos da química atual. 

Nenhum comentário:

EU VIM AQUI PARA TE DIZER QUE

TE AMO, IRMÃO; TE AMO IRMÀ
.


Atalho do Facebook