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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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sábado, 13 de agosto de 2011

ESPOSA E MÃE EXEMPLAR ( II ) LIVRO NONO DAS CONFISSÕES

http://criadoreumso.blogspot.com
13/08/2011 (Sábado)


CAPÍTULO IX

Sua sogra, a princípio irritara-se contra ela por causa dos mexericos de criadas malévolas. Mas conseguiu conquistá-la com respeito, contínua tolerância e mansidão, que ela mesma, espontaneamente, denunciou ao filho as línguas intrigantes das criadas, que perturbavam a paz doméstica entre ela e a nora, e pediu que as castigasse. Ele, em obediência à mãe, para manter a disciplina familiar e a harmonia entre os seus, mandou açoitar as acusadas, segundo a vontade da acusante; e esta prometeu-lhes ainda que esse era o prêmio que devia esperar quem, querendo agradá-la, lhe dissessem mal da nora. E ninguém mais se atreveu a fazê-lo, e viveram as duas em doce e memorável harmonia.

A esta tua boa serva, em cujo seio me criaste, ó meu Deus, minha misericórdia¹, dotaste de outra grande virtude: a de intervir como pacificadora, sempre que podia, nas discórdias e querelas. Daquilo que ouvia de queixas amargas, vomitadas com animosidade ressentida, quando na presença de uma amiga os ódios mal digeridos se desafogam em amargas confidências a respeito de uma amiga ausente, ela nada referia de uma à outra, senão o que poderia servir para a reconciliação.

Este dom me pareceria de pouca monta se uma triste experiência não me houvesse mostrado grande número de pessoas  -  por não sei que horrível contágio de pecados, espalhados por toda parte  -  que não só revelam as palavras pesadas de inimigos irados, mas que ainda acrescentam coisas que não foram ditas. Quem fosse realmente humano, deveria ter em pouca conta ou não excitar nem fomentar as inimizades dos homens, e melhor ainda procurar extinguí-las com boas palavras.

Assim era minha mãe, ensinada por ti, mestre interior, na escola de seu coração.

Por fim, conquistou para ti o seu marido, já no fim da vida, não tendo que lamentar no cristão o que havia tolerado no infiel.

Ela era verdadeiramente a serva dos teus servos, e todos os que a conheciam te louvavam, honravam, te amavam em sua pessoa, porque percebiam tua presença em seu coração, confirmada pelos frutos de uma vida santa.

Havia sido uma mulher de um só homem, cumprira sua dívida de gratidão com os pais, governara sua casa piedosamente e dava testemunho com suas boas obras². Educara os filhos, dando-os à luz tantas vezes quantas os via apartarem-se de ti.

E de nós, que nos chamamos teus servos por liberalidade tua, nós que vivemos em comum na graça de teu batismo, antes de adormecer em tua paz, ela cuidou de nós como se todos fôssemos seus filhos, e de tal modo nos serviu como se fosse filha de cada um de nós.

(Por Aurelius Augustinus  *354  +430) Pág. 201-202
¹ Sl 58,18
² 1Tim 5,9s

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