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28/08/2011 (Domingo)
28/08/2011 (Domingo)
CAPÍTULO V
És tu, Senhor, quem me julga, porque ninguém conhece o que se passa no homem, a não ser o seu espírito que nele está¹; todavia há no homem coisas que até o espírito que nele habita ignora. Mas tu, Senhor, que o criaste, conheces todas as suas coisas. E eu, embora diante de ti me despreze e me considere como terra e cinza, sei algo de ti que ignoro em mim mesmo. É certo que agora vemos por espelho, em enigmas, e não face a face². Por isso, quando peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti. Sei que em nada podes ser prejudicado, mas ignoro a que tentações posso resistir e a quais não posso. Todavia há esperança, pois és fiel, e não permites que sejamos tentados além de nossas forças; com a tentação, dás também meios para a suportar³, para que possamos resistir.
Confessarei, portanto, o que sei de mim, e também o que de mim ignoro, porque o que sei de mim só o sei porque me iluminas, e o que de mim ignoro continuarei ignorando até que minhas trevas se transformem em meio-dia, em tua presença⁴.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 215
¹ até ³ 1 Cor 4,3.
⁴ Is 58,10.
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