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26/08/2011 (Sexta-feira)
26/08/2011 (Sexta-feira)
CAPÍTULO III
Mas, com que propósito desejam ouvir-me? Desejarão talvez congratular-se comigo, ouvindo quanto me aproximei de ti por tua graça, e orar por mim, ao ouvir quanto me retardou o peso de minhas culpas? A estes mostrarei quem sou; já não é pequeno fruto, Senhor meu Deus, que muitos te deem graças por mim¹, e que muitos te roguem por mim. Possa o coração de meus irmãos amar em mim o que ensinas a amar, e, deplorar em mim o que ensinas a aborrecer! Mas que brotem tais sentimentos em uma alma irmã, e não em almas estranhas, ou nesses filhos espúrios, cuja boca fala vaidade, e cuja direita é a direita da iniquidade², que o faça uma alma fraterna que se alegra por mim quando me aprova, e quando me reprova se aflige por mim, porque quer me aprove, quer não, me ama.
É a esses que me revelarei. Que eles respirem diante de minhas boas ações, e suspirem à vista de meus pecados. As obras boas são tuas obras e teus dons; as más são meus pecados, objetos de teus juízos. Respirem pelo bem e suspirem pelo mal, e que subam à tua presença hinos e lágrimas desses corações fraternos, que são os teus turíbulos.
E tu, Senhor, que te alegras com a fragrância de teu santo templo, tem piedade de mim, segundo tua grande misericórdia³ por causa de teu nome; e tu, que jamais abandonas uma obra começada, aperfeiçoa em mim o que há de incompleto.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 213-214
¹ 2 Cor 1, 11.
² SL 143,7.
³ SL 50,3.
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