http://criadoreumso.blogspot.com
25/08/2011 (QUINTA-FEIRA)
25/08/2011 (QUINTA-FEIRA)
CAPÍTULO III
Mas tu, Médico da minha alma, faze-me ver claramente a utilidade de meu propósito. As confissões de meus pecados passados - que já perdoaste e esqueceste, para me fazer feliz em ti, transformando minha alma com tua fé e teu sacramento - levam o coração dos que as leem e ouvem a não dormir no desespero dizendo: "Não posso". Mas despertem para o amor pela tua misericórdia e para a doçura de tua graça, que fortalece o fraco e este se dá conta de sua debilidade.
O bons, por sua vez, se agradam em ouvir os pecados passados daqueles que já não sofrem. Agrada-lhes, não por serem pecados, mas porque o foram, e agora já não o são.
Mas, Senhor meu - a quem todos os dias se confessa minha consciência, agora mais confiante com a esperança na tua misericórdia que na sua inocência - que proveito haverá em confessar aos homens, na tua presença, neste livro, não o que fui, mas o que sou agora? Sobre a confissão do passado, e dos seus eventuais proveitos, já falei acima.
Há muitos porém, quer me conheçam, quer não, que desejam saber quem sou agora, neste momento em que escrevo as Confissões. Já ouviram de mim ou de outros alguma coisa a meu respeito, mas seu ouvido não ouve meu coração, onde eu sou o que sou. Querem, certamente, saber por confissão minha o que sou no íntimo, lá onde não podem penetrar com a vista, com o ouvido, ou com a mente. Estão dispostos a acreditar em mim. Mas poderão igualmente estar certos de me conhecer? A caridade, que os torna bons, lhes diz que eu não minto quando confesso tais coisas de mim. É ela que os faz acreditarem em mim.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 212-213.
Nenhum comentário:
Postar um comentário