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24/08/2011 (Quarta-feira)
24/08/2011 (Quarta-feira)
CAPÍTULO III
Que tenho eu a ver com os homens, para que me ouçam as confissões, como se eles pudessem curar as minhas enfermidades¹? São curiosos para conhecer a vida alheia, mas indolentes para corrigir a própria! Por que desejam ouvir de mim quem sou, quando não se importam em saber de ti o que são? E como podem saber, ao me ouvirem falar de mim mesmo, se lhes digo a verdade, uma vez que homem algum sabe o que se passa no outro, senão o espírito do homem, que nele habita²? Mas, se ouvissem a ti falar deles, não poderiam dizer: "O Senhor mente". E o que é ouvir-te falar de si, senão conhecerem-se a si mesmos? E quem, conhecendo a si mesmo, pode dizer "é falso", sem mentir?
A caridade crê em tudo - pelo menos entre corações que ela unifica em si por seus laços - por isso também eu, Senhor, me confesso a ti para que me ouçam os homens. A eles não posso provar que falo a verdade; mas creem-me aqueles cujos ouvidos a caridade abre para mim.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág.212-213.
¹ SL 102,3.
² 1 Cor 2,11.
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