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07/09/2011 (Quarta-feira
07/09/2011 (Quarta-feira
CAPÍTULO XI
Por isso descobrimos que adquirir tais noções - cujas imagens não atingimos por meio dos sentidos, mas que percebemos em nós, sem o auxílio de imagens, tais como são em si mesmas, nada mais é do que coligir com o pensamento os elementos esparsos na memória e, pela reflexão, obrigá-los a estarem sempre disponíveis à memória, onde antes se ocultavam em desordem e abandono, de modo que se apresentem sem dificuldade ao chamado de nosso espírito. E quantas noções desse tipo não encerra minha memória, já descobertas e, como disse, dispostas como que à mão; eis o que chamamos de "aprender" e "saber". Se porém deixo de as recordar por uns tempos, de tal modo submergem e se dispersam em seus profundos esconderijos, que é preciso reuní-las uma segunda vez, como se fossem novas, (cogenda) - pois não têm outra habitação - e juntá-las de novo para que possam ser objeto do saber, isto é: é preciso tirá-las de sua condição de dispersão e juntá-las novamente. Daí a palavra cogitare , porque cogo e cogito são como ago e agito, e facio, facito. Contudo, a inteligência reivindicou essa palavra (cogito) para si, de modo que essa operação de coligir, de reunir no espírito, e não em outra parte, é propriamente o que se chama pensar (cogitare).
(Por Aurelius Augustinus) Pág. 222.
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