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16/09/2011 (Sexta-feira)
16/09/2011 (Sexta-feira)
CAPÍTULO XVIII
Uma mulher perdeu uma dracma, e a procurou com sua lanterna. Mas se não lembrasse dela, não a haveria de encontrar¹; de fato, se dela não lembrasse, como poderia saber, ao achá-la, que era aquela?
Lembro-me de ter procurado e achado muitas coisas perdidas; sei disso porque, estando eu à procura, me diziam: "Por acaso é esta?" "Por acaso é aquela?" - e eu sempre respondia que não, até encontrar o que procurava. Se não tivesse fixado a lembrança do objeto, fosse o que fosse, ainda que me fosse mostrado, não o encontraria, pois não o poderia reconhecer. E sempre que perdemos e achamos alguma coisa acontece o mesmo.
Se alguma coisa desaparece de nossa vista, e não da memória - como sucede com um corpo visível - conservamos interiormente sua imagem e o procuramos até que apareça a nossos olhos. Quando for encontrado, será reconhecido de acordo com essa imagem interior. Não podemos dizer que encontramos um objeto perdido se não o reconhecemos; nem o podemos reconhecer se dele não lembramos. Tinha pois desaparecido da nossa vista, mas era conservado pela memória.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430)Pág. 228
¹ Lc 15,8.
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