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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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domingo, 9 de outubro de 2011

O PRAZER DOS OLHOS ( II ) - LIVRO DÉCIMO DAS CONFISSÕES

http://criadoreumso.blogspot.com
09/10/2011 (Domingo)


CAPÍTULO XXXIV

Quanto à luz corporal, de que falava, com sua doçura sedutora e perigosa, é um dos prazeres da vida para os cegos amantes do mundo. Mas os que nela sabem encontrar motivos para Te louvar, Deus, Criador de todas as coisas, convertem-na em hino em Teu louvor, sem se deixarem dominar por ela no sono. É assim que desejo ser. Resisto às seduções dos olhos, para que meus pés, que começam a trilhar Teus caminhos, não fiquem enredados. Elevo a Ti olhos invisíveis, para que libertes meus pés de seus laços¹. Tu não cessas de livrá-los, porque sempre estão a se prender. Tu não cessas de me livrar, e eu me deixo cair a cada passo nas insídias espalhadas por toda parte, porque não dormirás, nem cochilarás, Tu que guardas a Israel².

Quantos encantos os homens acrescentaram às seduções dos olhos, com a variedade de suas artes, com sua indústria de vestidos, de calçados, de vasos, de objetos de toda espécie, com pinturas e esculturas diversas que de longe ultrapassam os limites do necessário e moderado e da expressão piedosa. Exteriormente perseguem as produções de suas artes, e em seu interior abandonam Àquele que os criou, deturpando em si o que Ele fez.

Quanto a mim, meu Deus e minha glória, encontro nisto razão para cantar-Te um hino, e oferecer um sacrifício de louvor Àquele que sacrificou por mim. As belezas que da alma do artista passam para suas mãos, provém dessa beleza, que é superior às nossas almas e pela qual minha alma suspira dia e noite.

Entretanto, os que geram e os amantes das belezas exteriores, tiram da beleza soberana apenas o critério para julgá-las, mas não uma regra para usá-las bem. Contudo a norma ali está, mas eles não a veem. Se vissem, não se afastariam, e guardariam sua força para Ti³, e não dissipariam em fatigantes delícias.

Mesmo eu, que exponho e compreendo essas verdades, deixo-me enredar nessas belezas; mas Tu me livras de seu laço, Tu me libertas, porque Tua misericórdia está diante de meus olhos. Miseravelmente eu caio, e Tu me levantas misericordiosamente, às vezes sem que eu o perceba, quando minha queda foi suave, e outras inflingindo-me uma pena, por ter ficado preso ao chão.

(Por Aurelius Augustinus  *354   +430) Pág.243-244.
¹ Sl 24,15.
² Sl 120,4.
³ Sl 58,10.
⁴ Sl 25,3.

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