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15/12/2011 (Quinta-feira)
OS DIREITOS AUTORAIS DE "CONFISSÕES" JÁ CADUCOU, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
MEDITAÇÃO SOBRE O PRIMEIRO VERSÍCULO DO GÊNESIS: "NO PRINCÍPIO, DEUS CRIOU O CÉU E A TERRA".
Mas este "céu do céu" pertence a Ti, Senhor, e a terra que deste "aos filhos dos homens",¹ para que eles a contemplassem e a tocassem, não era assim como agora a vemos e tocamos. Era invisível e informe, era um abismo sobre o qual não brilhava a luz: "as trevas cobriam o abismo",² ou seja: as trevas eram maiores que o abismo. Este abismo das águas, agora visíveis, tem ainda nas suas entranhas alguma luminosidade, perceptível aos peixes e aos outros animais que vivem no fundo. O outro abismo era como um nada, pois era ainda totalmente carente de forma; mas já existia, de modo que podia receber uma forma. De fato, Senhor, "Tu criaste o universo de uma matéria informe".³ Tiraste do nada um quase nada, para dele fazer as coisas grandes, que nós filhos dos homens, admiramos. É realmente maravilhoso este céu corpóreo, este firmamento que separa umas águas das outras, que criaste no segundo dia depois da criação da luz, quando disseste: "Faça-se: e assim se fez".⁴ Chamaste céu⁵ a esse firmamento, mas o céu desta terra e deste mar é que fizeste no terceiro dia,⁶ dando forma visível à matéria informe que tinhas criado antes do início dos dias. Já anteriormente a este céu, tinhas criado outro céu, que era o céu do céu, porque "no princípio criaste o céu e a terra". Mas esta terra que criaste era matéria carente de forma, porque "era invisível e informe, e as trevas cobriam o abismo". Desta terra invisível e sem ordem, dessa informidade, deste quase nada, fizeste tudo aquilo de que é formado e não formado este mundo mutável, no qual se manifesta esta mobilidade, pela qual se pode sentir e medir o tempo. De fato, este tempo é feito de mudança das coisas, da variação e da sucessão das formas, cuja matéria é a terra invisível, da qual falamos anteriormente.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
¹ Sl 113,16.
² Gn 1,2.
³ Sb 11,18.
⁴ Gn 1,6s
⁵ Cf. Gn 1,8.
⁶ Cf. Gn 1,9.
Mas este "céu do céu" pertence a Ti, Senhor, e a terra que deste "aos filhos dos homens",¹ para que eles a contemplassem e a tocassem, não era assim como agora a vemos e tocamos. Era invisível e informe, era um abismo sobre o qual não brilhava a luz: "as trevas cobriam o abismo",² ou seja: as trevas eram maiores que o abismo. Este abismo das águas, agora visíveis, tem ainda nas suas entranhas alguma luminosidade, perceptível aos peixes e aos outros animais que vivem no fundo. O outro abismo era como um nada, pois era ainda totalmente carente de forma; mas já existia, de modo que podia receber uma forma. De fato, Senhor, "Tu criaste o universo de uma matéria informe".³ Tiraste do nada um quase nada, para dele fazer as coisas grandes, que nós filhos dos homens, admiramos. É realmente maravilhoso este céu corpóreo, este firmamento que separa umas águas das outras, que criaste no segundo dia depois da criação da luz, quando disseste: "Faça-se: e assim se fez".⁴ Chamaste céu⁵ a esse firmamento, mas o céu desta terra e deste mar é que fizeste no terceiro dia,⁶ dando forma visível à matéria informe que tinhas criado antes do início dos dias. Já anteriormente a este céu, tinhas criado outro céu, que era o céu do céu, porque "no princípio criaste o céu e a terra". Mas esta terra que criaste era matéria carente de forma, porque "era invisível e informe, e as trevas cobriam o abismo". Desta terra invisível e sem ordem, dessa informidade, deste quase nada, fizeste tudo aquilo de que é formado e não formado este mundo mutável, no qual se manifesta esta mobilidade, pela qual se pode sentir e medir o tempo. De fato, este tempo é feito de mudança das coisas, da variação e da sucessão das formas, cuja matéria é a terra invisível, da qual falamos anteriormente.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
¹ Sl 113,16.
² Gn 1,2.
³ Sb 11,18.
⁴ Gn 1,6s
⁵ Cf. Gn 1,8.
⁶ Cf. Gn 1,9.
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