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R — E se não permanecer, não é verdade que o mundo não subsistirá?
A — Nada a contradizer.
R — E quando tiver perecido, se é que há de acabar, então não será verdade que o mundo pereceu? Por enquanto não é verdade que o mundo tenha acabado, pois ainda não acabou. Há, pois, uma contradição entre estas duas afirmações: o mundo acabou — não é verdade que o mundo acabou.
A — Concordo.
R — E parece-te que possa existir algo verdadeiro e não existir a verdade?
A — De modo algum.
R — Portanto, existirá a verdade ainda que o mundo acabe.
A — Não posso negá-lo.
R — E se perecer a verdade, não será verdadeiro que a verdade terá perecido?
A — Quem o nega?
R — Mas o verdadeiro não pode existir se não existir a verdade.
A — Há pouco concordei com isso.
R — Portanto, a verdade não perecerá, de modo algum.
A — Continua como começou, pois nada mais verdadeiro que esta recapitulação.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
02/05/2012 (Quarta-feira)
ILUMINE-SE!
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OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
QUEM CONVERSA, DE FATO, COM AGOSTINHO? SEU "EU" SUPERIOR? SEU ANJO DA GUARDA? NÃO É UM DIÁLOGO, CONFORME ELE — É UM SOLILÓQUIO.
(continuação)
A verdade eterna
A — Percebo que se trata de uma ordem muito clara e breve.
R — Estejas agora pronto para responder com segurança e firmeza enquanto pergunto.
A — Sou todo ouvidos.
R — Se este mundo permanecer para sempre, é verdade que o mundo subsistirá para sempre?
A — Quem duvidaria disso?
R — Se este mundo permanecer para sempre, é verdade que o mundo subsistirá para sempre?
A — Quem duvidaria disso?
R — E se não permanecer, não é verdade que o mundo não subsistirá?
A — Nada a contradizer.
R — E quando tiver perecido, se é que há de acabar, então não será verdade que o mundo pereceu? Por enquanto não é verdade que o mundo tenha acabado, pois ainda não acabou. Há, pois, uma contradição entre estas duas afirmações: o mundo acabou — não é verdade que o mundo acabou.
A — Concordo.
R — E parece-te que possa existir algo verdadeiro e não existir a verdade?
A — De modo algum.
R — Portanto, existirá a verdade ainda que o mundo acabe.
A — Não posso negá-lo.
R — E se perecer a verdade, não será verdadeiro que a verdade terá perecido?
A — Quem o nega?
R — Mas o verdadeiro não pode existir se não existir a verdade.
A — Há pouco concordei com isso.
R — Portanto, a verdade não perecerá, de modo algum.
A — Continua como começou, pois nada mais verdadeiro que esta recapitulação.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
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