06/06/2012 (Quarta-feira)
ILUMINE-SE!
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OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E A VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
Opinião de Mônica sobre os acadêmicos
Ora, enquanto, como que brincando levávamos Licêncio a retomar sua posição no festim, percebi que os demais convivas, ignorando tudo a respeito do que discutíamos, observavam-nos com ar contrafeito. Desejavam saber sobre o que nos entretínhamos tão jovialmente. Fizeram-me desse modo lembrar-me de algo que ocorre com frequência nos banquetes, a saber, aquelas pessoas colocadas entre convivas extremamente ávidos e gulosos, abstendo-se de se servir, quer por discrição, quer por timidez. Ora, como era eu que tinha feito os convites, e havia aprendido contigo (ó Teodoro!) a assumir o papel de mestre de sala (invitator), e numa refeição desse gênero representar assim o papel de homem digno desse nome, fiquei impressionado de que houvesse entre os nossos convivas tal desigualdade e discrepância. Sorri para minha mãe. Ela, então, com uma liberdade não possuída pelos outros, deu como que uma ordem para que fosse tirado da dispensa o que faltava na ocasião:
— Dize, pois, e explica-nos quem são esses acadêmicos e o que pretendem eles.
Expliquei, breve e claramente, a fim de que ninguém ficasse sem os conhecer. E ela concluiu então:
— Tais homens são uns epiléticos (caducarii)!
Servia-se de palavra vulgar, com a qual são designadas as pessoas vítimas desse mal. Ao mesmo tempo, levantou-se para se retirar. Quanto a nós, satisfeitos e joviais, também nos retiramos, pondo fim à nossa discussão.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
(Continuação)
Opinião de Mônica sobre os acadêmicos
Ora, enquanto, como que brincando levávamos Licêncio a retomar sua posição no festim, percebi que os demais convivas, ignorando tudo a respeito do que discutíamos, observavam-nos com ar contrafeito. Desejavam saber sobre o que nos entretínhamos tão jovialmente. Fizeram-me desse modo lembrar-me de algo que ocorre com frequência nos banquetes, a saber, aquelas pessoas colocadas entre convivas extremamente ávidos e gulosos, abstendo-se de se servir, quer por discrição, quer por timidez. Ora, como era eu que tinha feito os convites, e havia aprendido contigo (ó Teodoro!) a assumir o papel de mestre de sala (invitator), e numa refeição desse gênero representar assim o papel de homem digno desse nome, fiquei impressionado de que houvesse entre os nossos convivas tal desigualdade e discrepância. Sorri para minha mãe. Ela, então, com uma liberdade não possuída pelos outros, deu como que uma ordem para que fosse tirado da dispensa o que faltava na ocasião:
— Dize, pois, e explica-nos quem são esses acadêmicos e o que pretendem eles.
Expliquei, breve e claramente, a fim de que ninguém ficasse sem os conhecer. E ela concluiu então:
— Tais homens são uns epiléticos (caducarii)!
Servia-se de palavra vulgar, com a qual são designadas as pessoas vítimas desse mal. Ao mesmo tempo, levantou-se para se retirar. Quanto a nós, satisfeitos e joviais, também nos retiramos, pondo fim à nossa discussão.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
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