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27/06/2011 (Segunda-feira)
27/06/2011 (Segunda-feira)
CAPÍTULO V
Eu acreditava nisto, ora mais fortemente, ora mais frouxamente; mas em tua existência e que cuidavas do gênero humano, sempre acreditei, embora ignorasse a tua natureza, ou qual caminho que nos conduz ou reconduz a ti. Por isso, persuadido de nossa impotência para achar a verdade só por meio da razão, e que para isso nos é necessária a autoridade das Sagradas Escrituras, comecei a crer que nunca terias conferido tão soberana autoridade a essas Escrituras em todo o mundo, se não quisesses que crêssemos e te buscássemos por elas.
Sobre os mistérios em que costumava tropeçar, e que ouvira explicar muitas vezes de modo aceitável, eu os atribuía à sua profundidade, parecendo-me a autoridade das Escrituras tanto mais venerável e digna da fé sacrossanta, quanto de leitura fácil para todos. E ela reserva porém a uma percepção mais aguda a majestade de seu mistério. Pela clareza da linguagem e sua simplicidade do estilo, ela se abre a todos e, no entanto, estimula a reflexão dos que não são levianos de coração. Recebe a todos em seu vasto seio, mas não deixa ir a ti, por caminhos estreitos, senão um pequeno número; muito mais, porém, do que seriam se ela não tivesse essa elevada autoridade, e não atraísse as turbas ao regaço de sua santa humildade.
Pensava eu nessas coisas, e me assistias; suspirava, e me ouvias; vacilava, e me governavas; seguia pela via larga do mundo, e não me abandonavas.
(Por Aurelius Augustinus *345 -430) Pág.125-126
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