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23/07/2011 (Sábado)
23/07/2011 (Sábado)
CAPÍTULO VI
Ouvíamos, estupefactos, tuas autênticas maravilhas, realizadas na verdadeira fé, na Igreja Católica, tão recentes e quase contemporâneas*. Todos nos admirávamos: nós, por serem coisas tão grandes; e ele, por ser-nos tão desconhecidas.
Depois, passou a falar das multidões que vivem em mosteiros, e de seus costumes, que trazem teu doce perfume, e da fecunda solidão do ermo, coisas todas que desconhecíamos.
Até em Milão havia, fora dos muros, um mosteiro cheio de bons irmãos sob a direção de Ambrósio, que também desconhecíamos.
Ponciano prosseguia, e falava sempre mais, e nós o ouvíamos atentos e calados. E assim veio a nos contar que um dia, não sei quando, estando em Trevis, saiu em companhia de três companheiros, enquanto o imperador se encontrava nos jogos circenses da tarde, para dar um passeio pelos jardins que rodeavam os muros da cidade. Distraidamente passeando dois a dois, um com Ponticiano e os outros dois juntos, separaram-se e tomaram caminhos diferentes.
Caminhando a esmo, estes últimos deram com uma cabana, habitada por alguns servos teus, pobres de espíritos, a quem pertence o reino dos céus➀. Lá encontraram um exemplar manuscrito da Vida de Santo Antão☼. Um deles começou a lê-lo, e, admirado e arrebatado cogitou, enquanto lia, em abraçar aquele gênero de vida, abandonando o serviço do mundo, para servir unicamente a ti.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 175-176
* Santo Antão nasceu em 251 e morreu em 356, com cento e cinco anos, dois depois de ter nascido Santo Agostinho. É considerado o fundador da vida monástica no Ocidente e no Oriente.
➀ Mt 5,3.
☼ Vida escrita por Santo Atanásio, e traduzida por Evágrio para o Latim, em 371.
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