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16/08/2011 (Terça-feira)
16/08/2011 (Terça-feira)
CAPÍTULO XI
Não lembro bem o que respondi a tais palavras. Mas cerca de cinco dias mais tarde, ou pouco mais, caiu de cama com febre. Durante a doença, teve um dia um desmaio, ficando por pouco tempo sem sentido e sem reconhecer os presentes. Acudimos de imediato, e logo voltou a si. Vendo-nos a seu lado, a mim e a meu irmão*, perguntou-nos, como quem procura algo: "Onde estava eu?" - Depois, vendo-nos atônitos de tristeza, nos disse: "Sepultareis aqui a vossa mãe". - Eu me calava, retendo as lágrimas, mas meu irmão disse umas palavras em que desejava vê-la morrer na pátria e não em terras distantes. Ao ouví-lo, minha mãe repreendeu-o com o olhar, e aflita por ter pensado em tais coisas; depois, olhando para mim, disse: "Vê o que ele diz." - E depois para ambos: "Sepultem este corpo em qualquer lugar, e não se preocupem mais com ele. Peço apenas que se lembrem de mim diante do altar do Senhor, onde quer que estejam." E tendo-nos expostos seu pensamento com as palavras que pôde, calou-se; sua moléstia agravou-se e suas dores aumentaram.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 204-205
* Chamava-se Navígio, e era o mais velho dos irmãos.
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