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12/10/2011 (Quarta-feira)
12/10/2011 (Quarta-feira)
CAPÍTULO XXXV
Nessa imensa floresta, cheia de insídias e perigos, cortei e lancei para fora de meu coração muitos males, graças à força que me concedeste para tanto, Deus de minha salvação. Contudo, no turbilhão diário de tantas e tão variadas tentações que atormentam minha vida, quando ousarei dizer que nenhuma delas atrai mais minha atenção e não cativa minha vã curiosidade? Certamente que o teatro já não me atrai, nem me importo mais em conhecer o curso dos astros; jamais, para obter uma resposta, consultei as sombras, pois detesto todos os ritos sacrílegos.
Mas quantos artifícios inventa o inimigo para me tentar a que Te peça algum milagre, e a Ti, Senhor, meu Deus, a quem devo servir humilde e simplesmente! Eu Te suplico, por nosso Rei, por nossa pátria, a pura e casta Jerusalém, que o perigo de consentir nessas coisas, que até agora esteve longe de mim, se afaste cada vez mais! Mas quando Te peço a salvação de uma alma, a finalidade de meu intento é bem diferente: ouve-me pois, e concede-me a graça de seguir de bom grado Tua vontade.
Mas incontáveis são as pequenas e desprezíveis bagatelas que tentam cada dia nossa curiosidade! E quem poderá contar nossas quedas? Quantas vezes ouvimos contar banalidades! Toleramo-las, de inicio, para não magoar os fracos, e depois, aos poucos, ouvimo-las com atenção sempre crescente!
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 246.
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