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14/10/2011 (Sexta-feira)
14/10/2011 (Sexta-feira)
CAPÍTULO XXXVI
Terei também essa miséria como desprezível? Haverá algo que possa restituir-me a esperança, a não ser Tua conhecida misericórdia, que começou a me transformar? Sabes o quanto já me transformaste; curaste-me primeiro da paixão da vingança, para perdoar-me também todos meus pecados, curar minhas fraquezas, resgatar minha vida da corrupção, conservar-me na piedade e misericórdia, e saciar dos Teus bens meu desejo¹. Derrubaste meu orgulho pelo temor, dobrando minha cerviz a Teu jugo. Agora eu trago o Teu jugo, e o sinto suave, como prometeste e cumpriste. Na verdade, Teu jugo já era suave, mas eu não o sabia quando receava tomá-lo sobre mim.
Mas, Senhor, Tu és o único que sabe mandar sem orgulho, porque és o único Senhor verdadeiro², que não tem Senhor! Diga-me, terá cessado em mim, se isto pode acontecer nesta vida, esta terceira espécie de tentação, que consiste em querer ser temido e amado pelos homens, com o único fim de obter uma alegria que não é alegria? Que vida miserável, que arrogância indigna! Aí está o principal motivo porque não Te amamos e tememos piamente. Por isso resistes aos soberbos, enquanto dás Tua graça aos humildes³. Trovejas contra as ambições do mundo, e faz abalar as montanhas até suas raízes⁴.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág.247-248.
¹ Sl 102,3.
² Is 37,20.
³ 1 Pdr 5,5.
⁴ Sl 17,44.
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