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16/10/2011 (Domingo)
16/10/2011 (Domingo)
CAPÍTULO XXXVII
Todos os dias acometidos por estas tentações, Senhor, somos tentados sem trégua. Os louvores dos homens são a fornalha onde todos os dias somos postos à prova. Também nisso mandas que sejamos continentes. Concede-nos o que mandas, e mandas o que quiseres.
A esse respeito, conheces os lamentos que meu coração Te dirige, e os rios de lágrimas que brotam de meus olhos. É-me difícil distinguir o quanto estou purificado dessa peste: tenho muito medo de minhas faltas ocultas, que Teus olhos conhecem, e os meus ignoram. Nos outros gêneros de tentação, tenho recursos para me examinar, mas quanto a este, quase nenhum. Posso avaliar o quanto dominei a minha alma a respeito dos prazeres da carne e das vãs curiosidades, quando me vejo privado de tais coisas por minha vontade ou por necessidade. Então me indago se é pena maior ou menor o ver-me privado desses dons.
Quanto à riqueza, ambicionada apenas para satisfazer a uma, duas ou todas as três paixões, no caso em que a alma não perceba se a despreza quando as possui, depende só dela renunciar a elas para provar seu desapego. Todavia, para nos privar dos louvores e provar nosso poder sobre eles, será talvez necessário levar uma vida má, infame, horrível, a ponto de ninguém nos conhecer sem nos detestar? Pode-se dizer ou conceber maior insanidade?
Se o louvor deve habitualmente acompanhar uma vida boa e de boas obras, não será por isso que deveremos abandonar a vida exemplar. Contudo, para distinguir se a privação de um bem me é indiferente ou penosa, é preciso que me prive desse bem.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 248-249.
A esse respeito, conheces os lamentos que meu coração Te dirige, e os rios de lágrimas que brotam de meus olhos. É-me difícil distinguir o quanto estou purificado dessa peste: tenho muito medo de minhas faltas ocultas, que Teus olhos conhecem, e os meus ignoram. Nos outros gêneros de tentação, tenho recursos para me examinar, mas quanto a este, quase nenhum. Posso avaliar o quanto dominei a minha alma a respeito dos prazeres da carne e das vãs curiosidades, quando me vejo privado de tais coisas por minha vontade ou por necessidade. Então me indago se é pena maior ou menor o ver-me privado desses dons.
Quanto à riqueza, ambicionada apenas para satisfazer a uma, duas ou todas as três paixões, no caso em que a alma não perceba se a despreza quando as possui, depende só dela renunciar a elas para provar seu desapego. Todavia, para nos privar dos louvores e provar nosso poder sobre eles, será talvez necessário levar uma vida má, infame, horrível, a ponto de ninguém nos conhecer sem nos detestar? Pode-se dizer ou conceber maior insanidade?
Se o louvor deve habitualmente acompanhar uma vida boa e de boas obras, não será por isso que deveremos abandonar a vida exemplar. Contudo, para distinguir se a privação de um bem me é indiferente ou penosa, é preciso que me prive desse bem.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 248-249.
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