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17/10/2011 (Segunda-feira)
17/10/2011 (Segunda-feira)
CAPÍTULO XXXVII
Então, Senhor, que devo confessar-Te quanto a tais tentações? Que tenho em grande apreço o louvor? Mas agrada-me mais a verdade. Pois, se tivesse que escolher entre duas situações: ser louvado pela minha loucura e por meus erros ou ser escarnecido por todos pela minha firme certeza da verdade, bem sei o que escolheria. Contudo, não gostaria que a aprovação alheia aumentasse para mim a alegria que sinto pelo pouco bem que faço. Mas tenho de Te confessar que não só o louvor a aumenta, mas também que o vitupério a diminui.
Quando me sinto perturbado por essa miséria, uma desculpa surge em mim. Só Tu sabes, Senhor, se ela é válida, porque a mim me deixa perplexo. De fato, não nos ordenaste apenas a continência, que nos ensina a afastar certas coisas de nós, mas também a justiça, que direciona nosso amor. Não quisestes que amássemos somente a Ti, mas também ao nosso próximo. Ora, às vezes me parece que é o aproveitamento e as esperanças de que o próximo dá mostra que me encantam, quando me regozijo com um elogio inteligente; e que, pelo contrário, é sua maldade que me entristece quando o ouço censurar o que ignora ou o que é bom.
(Por Aurelius Augustinus *354 +430) Pág. 249-250.
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