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GALÁXIA, ALFA, Brazil
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quarta-feira, 16 de maio de 2012

AMPLIA-SE O SILOGISMO ACIMA — SOLILÓQUIOS

16/05/2012 (Quarta-feira)


ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.


(Continuação)
Amplia-se o silogismo acima


A — Quero entregar-me já as alegrias, mas sou dissuadido um pouco por duas razões. Primeiramente, o fato de termos usado de tantos rodeios, seguindo não sei que cadeias de argumentações, quando tudo de que se tratava poderia demonstrar-se de maneira tão breve, como o foi agora. Pelo que me inquieta o fato de que o discurso andou com rodeios por tanto tempo como que para armar ciladas. Em segundo lugar, não vejo como a ciência sempre permanece na alma, principalmente a dialética, quando tão poucos têm conhecimento dela e quem a conhece ficou sem saber durante tanto tempo na infância. Pois não podemos dizer que a alma dos ignorantes não seja alma ou que existe na sua alma uma ciência  que eles desconhecem. Se isto é muito absurdo, resta então que ou a verdade não está sempre na alma, ou aquela ciência não é verdade.


R — Vês que não foi em vão que nossa argumentação fez tantos rodeios. Pois investigávamos o que era a verdade e agora, nesta espécie de selva de coisas, depois de percorrer quase todos os atalhos, vejo que nem sequer isto podemos investigar. Mas que faremos? Acaso vamos abandonar o que começamos, na esperança de que algum livro de alguém caia em nossas mãos e satisfaça nossa investigação? Acho que há muitos livros escritos antes de nossa época, que não lemos. Mas para não conjecturar sobre o que não sabemos, somos informados que sobre este assunto escrevem, em verso e em prosa, homens cujos escritos não podem ser ignorados por nós. Temos conhecimento da perspicácia deles, de modo que não podemos desesperar de encontrar em seus escritos o que desejamos, principalmente sabendo que aqui, diante de nossos olhos, está aquele em que sabemos que reviveu perfeita a mesma eloquência que lamentávamos como morta. Tendo-nos ensinado a moderação de vida com seus livros, por acaso ele permitirá que ignoremos a natureza da vida?


A — Não creio; e tenho grande esperança. Mas sinto porque não podemos manifestar-lhe, como queremos, nosso entusiasmo para com ele e para com a sabedoria. Certamente ele se compadeceria de nossa sede e nos inundaria bem mais rapidamente que a nossa possibilidade agora. Ele vive com segurança porque já se convenceu completamente da imortalidade da alma e não sabe que há alguns que experimentaram muito a miséria desta ignorância, e seria cruel não lhe vir em ajuda, principalmente quando estes se esforçam. Há aquele outro que, pela familiaridade conosco, conhece nosso ardente desejo, mas ele está tão longe e agora estamos morando aqui, de modo que nem sequer temos possibilidade de enviar-lhe carta. Creio que ele, na sua tranquilidade além dos Alpes, já tenha terminado o poema que estava escrevendo para afugentar o medo da morte e dissipar a insensibilidade e o frio da alma, endurecido por um gesto antigo. Entretanto, enquanto não nos chegam essas ajudas, que não estão em nosso poder, não é uma vergonha deixar perder todo esse nosso trabalho e que a própria alma fique vacilando amarrada por uma incerteza?
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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