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GALÁXIA, ALFA, Brazil
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terça-feira, 15 de maio de 2012

DEDUZ-SE A IMORTALIDADE DA ALMA — SOLILÓQUIOS

15/05/2012 (Terça-feira)


ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.


(Continuação)
Deduz-se a imortalidade da alma.


A — Quanto àquilo que perguntaste: quem consideraria, ou a quem poderia parecer viável, que permaneça aquilo que está no sujeito, perecendo o mesmo sujeito? A esse respeito tenho a dizer que é abominável e muito alheio à verdade afirmar que o que não subsiste se não estiver no mesmo sujeito possa também subsistir quando já não existe o próprio sujeito.


R — Então descobrimos o que investigamos.


A — O que dizes?


R — O que ouviste.


A — Então ja consta com evidência que a alma é imortal?


R — Com toda evidência, se são verdadeiras as afirmações com que concordaste. A não ser que afirmes que a alma será alma, ainda que morra.


A — Com certeza nunca diria tal coisa. Afirmo sim que, se perecer, pelo fato de perecer a alma deixa de ser alma. Nem me afasta dessa opinião o que grandes filósofos disseram: que aquilo que dá a vida, para onde quer que vá, não pode admitir a morte em si. Embora o de quer que a luz possa penetrar e iluminar, nem possa ser compatível com a escuridão em si, em virtude daquela admirável força dos contrários, contudo ela se apaga e aquele lugar fica escuro depois que se apaga a luz. Assim, aquilo que resistia à escuridão nem era, de modo algum, compatível com a escuridão, ao apagar-se deu lugar à escuridão, como ocorreria igualmente afastando-se. Por isso, receio que a morte sobrevenha ao corpo como a escuridão a um lugar, seja por retirar-se a alma, como a luz, seja extinguindo-se aí mesmo. De modo que já não há segurança no que diz respeito a todo tipo de morte corporal, mas se deve desejar algum tipo de morte pelo qual a alma seja tirada sã e salva do corpo e levada a um lugar (se houver tal lugar) onde ela não possa perecer. Ou se nem sequer isso seja possível, e a alma se acende quase como uma luz no mesmo corpo nem pode subsistir noutra parte, e toda morte é certa extinção da alma ou da vida no corpo, neste caso deve-se escolher, quanto possível seja permitido ao homem, algum tipo de vida pelo qual o gênero de vida que se leva seja vivido com segurança e tranquilidade; mas não sei como se pode realizar isto se a alma morre. Oh! Como são felizes os que se convenceram por si mesmos ou foram persuadidos por alguém que não se deve temer a morte, mesmo que a alma morra! Pobre de mim, a quem nem argumentos nem livros ainda puderam convencer.


R — Não lamente. A alma humana é imortal.


A — Como o provas?


R — Com base naqueles princípios com os quais concordaste antes, a meu ver, com muita cautela.


A — Não me lembro se, estando eu menos atento, tenha concordado com algumas coisas nas perguntas que me fizeste. Faze, então, um resumo. Vejamos até aonde chegamos com tantos rodeios, nem quero que me perguntes mais. E se fizeres um breve resumo dos assuntos com os quais concordei, afinal para que se requer uma resposta minha? Ou é para retardar, sem motivo, minhas alegrias no caso de termos obtido algo de bom?


R — Farei o que quer, mas está muito atento.


A — Fala. Estou atento. Por que me matas aos poucos?


R — Se tudo o que é próprio do sujeito permanece para sempre, é de necessidade que também o próprio sujeito permaneça. Toda ciência está na alma como sujeito. E se a ciência permanece sempre, necessariamente permanece a alma para sempre. Ora, a ciência é verdade, e a verdade, como a razão o demonstrou no início deste livro, permanece para sempre. Por isso, a alma permanece para sempre e não se diz que a alma tenha morrido. Sem absurdo, só poderia negar a imortalidade da alma aquele que provasse que algumas das afirmações discutidas acima não estejam bem fundamentadas.
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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