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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

DEDICATÓRIA A MÂNLIO TEODORO (IV) — A VIDA FELIZ

30/05/2012 (Quarta-feira)




ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.

(Continuação)

Insistente apelo a Mânlio Teodoro.

Vês assim em que filosofia navego, presentemente, como estando dentro de ancoradouro. Todavia, é tão vasto este porto que sua extensão não exclui de todo alguma possibilidade de extravio, ainda que menos perigosamente. Pois ignoro, até agora, a que porção da terra — que sem dúvida será a única ditosa — na qual poderei atracar e desembarcar. Não piso ainda em terra firme. Sinto-me em meio a dúvidas e hesitações sobre a questão da natureza da alma.

Suplico-te, pois, em nome de tua virtude, por tua bondade e pelos vínculos e relações que costumam unir as almas, estender-me a mão. Quero dizer: estima-me e, em troca, crê que eu te estimo e que me és muito querido. Se obtiver o que desejo, bastar-me-á um ligeiro esforço para atingir, sem dificuldade, aquela vida feliz, a qual já desfrutas, como penso.


Quero te dar a conhecer minha conduta atual. Como reúno neste porto todos os meus amigos. Por aí, me conhecerás melhor, assim como o estado do meu espírito. E, visto que não encontro outro sinal melhor para me revelar a ti, pensei em te enviar o primeiro dos meus diálogos — o que me parece ser o mais religioso e o mais digno de ser dedicado a teu nome. Oferta esta que julgo corresponder de modo justo a meu intento, posto que tratamos entre nós a respeito da vida feliz. Nada vejo de mais apropriado do que tal vida, a merecer o título de dom de Deus.


Tua eloquência não me intimida, pois não posso temer o que amo, embora não possa atingir a tua medida. Menos ainda temo, na verdade, a tua alta posição (fortuna). Elevada que seja, aparece-te a ela como coisa secundária. Ao passo que seria suficiente para tornar plenamente feliz aqueles a quem ela subjuga.


Peço-te, agora, prestar atenção ao que te vou expor.


Ambientes e participantes do colóquio.


Era 13 de novembro, dia de meu natalício.
Após frugal refeição, para o espírito não ficar em nada molestado, convoquei a todos com quem convivia — não somente naquele dia, mas de modo habitual. Reuni-os na sala de banhos, lugar tranquilo e adequado quanto à temperatura do momento.


Estava ali — e não hesito em apresentá-los pelo nome, à tua particular benevolência — primeiramente, nossa mãe, a cujos méritos, estou persuadido, devo tudo o que vivo. Navígio, meu irmão. Trigésio e Licênio, meus concidadãos e discípulos. Não quis que ficassem ausentes meus primos Lastidianos e Rústico, ainda que não houvessem frequentado a escola de nenhum Grammaticus. Para o que planejávamos, julguei o seu bom senso poder nos prestar auxílio. Enfim, também se encontrava presente o menor de todos pela idade, mas cuja inteligência — se o amor não me leva a engano — promete grandes coisas: Adeodato, meu filho.


Estando todos atentos, assim comecei:
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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