VIM AQUI PARA TE DIZER QUE...

Minha foto
GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

OLÁ!

BOM DIA, BOA TARDE OU BOA NOITE. SEJA FELIZ!

sábado, 5 de maio de 2012

QUE É A VERDADE — SOLILÓQUIOS

05/05/2012 (Sábado)

ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
QUEM CONVERSA, DE FATO, COM AGOSTINHO? SEU "EU" SUPERIOR? SEU ANJO DA GUARDA? NÃO É UM DIÁLOGO, CONFORME ELE — É UM SOLILÓQUIO.

(continuação)
Que é a verdade.


R — Presta muita atenção às questões a seguir.


A — Aqui estou.


R — Aqui está uma pedra, que é verdadeira, uma vez que não é diferente do que parece. Se não é verdadeira, não é pedra; e não pode ser percebida senão pelos sentidos.


A — Certo.


R — Portanto, não há pedras no recôndito âmago da terra nem onde não haja quem as perceba. Nem existirá esta se não a víssemos, nem será pedra quando formos embora daqui e ninguém mais esteja presente que a veja. Se se fechar bem os armários, eles não conterão nada, por mais coisas que se tenha posto dentro deles. A própria madeira não é madeira na parte interna, pois escapa a todos os sentidos aquilo que está na profundeza de um corpo não transparente; deduz-se então que não existe. Porque, se existisse, seria verdadeiro; não é verdadeiro senão aquilo que realmente é como parece. Já aquela madeira não se vê; portanto, não é verdadeira. A menos que tenhas algo a responder em relação a tudo isso.


A — Vejo que tudo isso procede das afirmações com as quais concordei antes. Mas é tão absurdo que me é mais fácil negar qualquer força daquelas sentenças que concordar que isso seja verdadeiro.


R — Não contradigo. Mas observa o que queres dizer: que as coisas corpóreas não podem ser percebidas senão pelos sentidos. Ou que porventura somente a alma sente, ou que existe a pedra ou coisa semelhante, mas que não é verdadeira ou, então, que a própria verdade deve ser definida de outra maneira.


A — Vamos refletir sobre este último ponto.


R — Define, então, a verdade.


A — Verdade é aquilo que é como parece à pessoa que conhece, se ela quer e pode conhecer.


R — Por isso, não é verdadeiro aquilo que ninguém pode conhecer? Além disso, se o falso é o que parece diferente do que é, o que acontecerá se esta pedra parecer pedra a alguém e madeira a outro? A mesma coisa será falsa e verdadeira?


A — Interessa-me mais a primeira questão, isto é, como é possível que seja verdadeiro algo que não possa ser conhecido? Não me preocupo tanto se uma coisa seja verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Pois noto que uma coisa, comparada com várias outras, é maior e menor ao mesmo tempo. Disso resulta que nada é maior ou menor por si mesmo, pois estes são termos comparativos.


R — Mas se dizes que nada é verdadeiro por si, não temes que disso se conclua que nada existe por si? Assim como isto é madeira, assim também é verdadeira madeira. Nem pode ser que seja madeira por si mesma, isto é, que seja madeira e não o seja de verdade, se não houver quem a conheça.


A — Então, assim afirmo e defino — nem temo que minha definição seja tachada de demasiado breve: na minha opinião, verdade é aquilo que é.


R — Portanto, nada será falso, porque aquilo que é, é verdadeiro.


A — Puseste-me em apuros e não encontro absolutamente o que responder. De tal modo que, não querendo ser instruído a não ser por perguntas, já receio ser interrogado.
(Continua)

(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

Nenhum comentário:

EU VIM AQUI PARA TE DIZER QUE

TE AMO, IRMÃO; TE AMO IRMÀ
.


Atalho do Facebook