22/05/2012 (Terça-feira)
ILUMINE-SE!
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OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
(Continuação)
A verdade imortal é argumento para a imortalidade da alma.
R — Que necessidade existe de investigarmos ainda sobre a disciplina do método dialético? Quer estejam as figuras geométricas na verdade, quer esteja a verdade nelas, ninguém duvida que elas estão contidas em nossa alma, isto é, em nossa inteligência; e daí se conclui que também a verdade está em nossa alma. Se qualquer ciência está na alma como algo inseparável num sujeito — e a verdade não pode perecer — por que, então, duvidamos da vida perpétua da alma por influência não sei de que familiaridade com a morte? Por acaso, aquela linha, quadrado ou esfera, para serem verdadeiros, possuem algo que imitam?
A — De modo algum posso crer nisso, a não ser que a linha não seja um comprimento sem largura e a circunferência não seja uma curva fechada, cujos pontos equidistam do centro.
R — Por que, então, ficamos indecisos? Acaso a verdade não está onde há tais coisas?
A — Deus me livre de tal disparate.
R — Então, a ciência não está na alma.
A — Quem afirmaria isso?
R – Mas, talvez, pode ser que, morrendo o sujeito, permaneça aquilo que está no sujeito.
A — Quando me convencerei disso?
R — Só resta, então, que pereça a verdade.
A — Mas como isso pode ser possível?
R – Portanto, a alma é imortal: creia em seus raciocínio, creia na verdade; ela clama que habita em você e que é imortal e que sua sede não lhe pode ser tirada pela morte corporal. Afasta-te de tua sombra; volta-te para ti mesmo; não sofrerás destruição alguma a não ser esquecendo-te de que é algo que não pode perecer.
A — Estou ouvindo, estou recobrando o ânimo, começo a retornar a mim. Mas explica-me o que resta: como se entende que a ciência e a verdade estejam na alma do ignorante? (pois não podemos dizer que ela seja mortal).
R — Se quisermos discutir com toda diligência esta questão, ela deve ser tratada em outro volume. Agora acho que deves fazer uma revisão de tudo o que foi investigado na medida da nossa possibilidade. E se não houver nenhuma dúvida em relação aos assuntos com que concordamos, acho que avançamos muito e poderemos tratar de outros assuntos com bastante segurança.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
(Continuação)
A verdade imortal é argumento para a imortalidade da alma.
R — Que necessidade existe de investigarmos ainda sobre a disciplina do método dialético? Quer estejam as figuras geométricas na verdade, quer esteja a verdade nelas, ninguém duvida que elas estão contidas em nossa alma, isto é, em nossa inteligência; e daí se conclui que também a verdade está em nossa alma. Se qualquer ciência está na alma como algo inseparável num sujeito — e a verdade não pode perecer — por que, então, duvidamos da vida perpétua da alma por influência não sei de que familiaridade com a morte? Por acaso, aquela linha, quadrado ou esfera, para serem verdadeiros, possuem algo que imitam?
A — De modo algum posso crer nisso, a não ser que a linha não seja um comprimento sem largura e a circunferência não seja uma curva fechada, cujos pontos equidistam do centro.
R — Por que, então, ficamos indecisos? Acaso a verdade não está onde há tais coisas?
A — Deus me livre de tal disparate.
R — Então, a ciência não está na alma.
A — Quem afirmaria isso?
R – Mas, talvez, pode ser que, morrendo o sujeito, permaneça aquilo que está no sujeito.
A — Quando me convencerei disso?
R — Só resta, então, que pereça a verdade.
A — Mas como isso pode ser possível?
R – Portanto, a alma é imortal: creia em seus raciocínio, creia na verdade; ela clama que habita em você e que é imortal e que sua sede não lhe pode ser tirada pela morte corporal. Afasta-te de tua sombra; volta-te para ti mesmo; não sofrerás destruição alguma a não ser esquecendo-te de que é algo que não pode perecer.
A — Estou ouvindo, estou recobrando o ânimo, começo a retornar a mim. Mas explica-me o que resta: como se entende que a ciência e a verdade estejam na alma do ignorante? (pois não podemos dizer que ela seja mortal).
R — Se quisermos discutir com toda diligência esta questão, ela deve ser tratada em outro volume. Agora acho que deves fazer uma revisão de tudo o que foi investigado na medida da nossa possibilidade. E se não houver nenhuma dúvida em relação aos assuntos com que concordamos, acho que avançamos muito e poderemos tratar de outros assuntos com bastante segurança.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
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