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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A FELICIDADE É PLENITUDE ESPIRITUAL (V) — A VIDA FELIZ

14/06/2012 (Quinta-feira)




ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E A VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
(Continuação)

A sabedoria: justa medida da alma.

A palavra "modéstia" é oriunda de modus (medida), e temperança de temperies (proporção). Onde há medida e proporção não existe nem a mais nem a menos do necessário. Aí se encontra precisamente a plenitude. Termo esse que opusemos à indigência. E é preferível o emprego da palavra "medida" ao de abundância. Pois esta última traz certa ideia de afluxo e transbordamento, algo em profusão. Ora, onde há mais do que é conveniente, constata-se falta de moderação. pois o excesso ocasiona essa falta de medida. Por outro lado, a indigência não deixa de ter certa relação com a abundância. Ao passo que a medida ignora um e outro: tanto o demais como o de menos. Se analisarmos, con tudo, a ideia de "opulência", achamos que possui necessariamente a medida. Pois, com efeito, o termo "opulência" vem de ops (ajuda). O excesso, porém, como poderia ajudar-nos, quando muitas vezes ele vem nos embaraçar mais do que o faz a penúria? Portanto, o que há em excesso ou em insuficiência existe falta de medida e risco de indigência. Logo, a sabedoria é a medida da alma, pois ela é, evidentemente, o contrário da estultícia. Ora, a estultícia é indigência, e esta tem como contrário a plenitude. Logo, a sabedoria é plenitude, e a plenitude implica a medida. Portanto, a medida da alma encontra-se na sabedoria. Donde o famoso aforismo que obteve justificada glória, por ser de máxima utilidade para a vida: 


Nada haja em demasia.


Para ser feliz é preciso possuir a sabedoria.


Dissemos hoje, no início de nosso colóquio (IV,23), que se julgássemos ser a felicidade nada além de carência, concordaríamos em declarar que o homem feliz seria aquele a quem nada falta. Foi isso o que estabelecemos. Portanto, ser feliz não é outra coisa do que não padecer necessidades, e isso é também ser sábio. Agora, se me perguntardes o que vem a ser a sabedoria — conceito a cuja análise e aprofundamento a nossa razão tem-se consagrado até o presente quanto pode — dir-vos-ei que  a sabedoria é simplesmente a moderação do espírito (modus animi). Isto é, aquilo pelo que a alma se conserva em equilíbrio, de modo a não se dispersar em excessos ou encolher-se abaixo de sua plenitude. Sem essa medida, a alma atira-se em excessos na direção dos prazeres, da ambição, do orgulho e de todas as outras paixões do mesmo gênero. Por elas, os intemperantes, e portanto infelizes, imaginam alcançar alegria e poder. Ora, eles encontram-se, na verdade, diminuídos pelas baixezas, pelo medo, tristeza, cupidez e outras paixões. Sejam quem forem, esses infelizes reconhecem eles próprios que tais coisas fazem a infelicidade do homem. Ao contrário, quando alguém, tendo encontrado a sabedoria, faz dela o objeto de sua  contemplação — pra me servir de uma expressão deste menino (Adeodato, cf. III,18) — e a ele se apega (ad ipsam se tenet), sem se deixar seduzir por coisas vãs, sem se voltar mais para as aparências enganosas, cujo peso arrasta e submerge em profunda objeção, tudo se desfaz, por estar ele abraçado a seu Deus (amplexus a Deo suo). Então, essa pessoa não teme mais a imoderação, nem carência alguma, e, por conseguinte, nenhuma infelicidade. Concluamos, pois, que toda pessoa para ser feliz deve possuir sua justa medida, isto é, possuir a sabedoria.
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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