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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

O PROBLEMA DA FELICIDADE (II) — A VIDA FELIZ

01/06/2012 (Sexta-feira)




ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E A VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.

(Continuação)
O alimento da alma:


E quanto à alma, perguntei, não possui ela seu alimento próprio? Não lhes parece ser esse alimento a ciência?


— Certamente, disse minha mãe, a meu ver, não existe outro alimento para a alma que não seja o conhecimento das coisas e a ciência.








Tendo Trigésio se mostrado indeciso a esse respeito, ela argumentou:


— Pois ainda hoje, tu mesmo nos mostraste como e de onde a alma tira o seu alimento. Já que, pouco após o início da refeição, disseste que não tinhas notado de qual prato nós nos tínhamos servido. Isso porque, certamente, pensavas em não sei quê. Entretanto, não te privaste de tomar com as mãos e a boca sem prestar nenhuma atenção? Assim, acredita-me, é de tais alimentos, isto é, das próprias ideias e pensamentos que a alma se alimenta. Tomara que ela chegue a aprender algo por esse meio.


A essa explicação levantou-se um alvoroço e surgiram dúvidas. Disse eu:


— Vejamos, não concordais então que, em certo sentido, os homens sábios possuem o espírito mais pleno e mais livre do que os ignorantes?


— Isso é evidente, responderam eles.


— Temos, portanto, razão de dizer que os espíritos desprovidos de cultura e instrução, estão como que em jejum e famintos?


— A meu entender, retrucou Trigésio, penso que estão, antes, cheios de vícios e maldades.


— Assim é, concordei, e podes crer que isso representa para os espíritos certa esterilidade e fome. Pois, do mesmo modo como o corpo, privado de alimento, fica exposto a doenças e reações malignas decorrentes de sua inanição, assim o espírito ignorante está impregnado de doenças provenientes de suas carências. Os antigos justamente queriam que fosse chamada malignidade essa decomposição que é mãe de todos os vícios, pois vem a ser o nada e o vazio. E a virtude contrária a tal vício denomina-se moderação, temperança ou frugalidade. Esse termo vem de fruges e tem o significado de frutas. Evoca assim uma espécie de fecundidade provinda ao espírito graças a essa virtude. Por outro lado, nequitia vem da palavra nihil (nada), que lembra a improdutividade. Com efeito pode-se chamar nada aquilo que se escoa, decompõe, dissolve e não cessa de certo modo de se deteriorar e perder. Por isso, os homens sujeitos ao vício da malignidade (nequitia) são chamados "perdidos". Ao contrário, quando existe algo que perdura, se mantém, não se altera e sempre fica semelhante a si mesmo, aí está a virtude. E o elemento mais importante e particularmente belo da virtude é a chamada temperança ou frugalidade. Todavia, se tudo isso vos parece por demais obscuro para que possais compreender por enquanto, concordareis com o seguinte: se os ignorantes possuem alma a ser nutrida, do mesmo modo como acontece com o corpo, temos de distinguir duas espécies de alimento: um salutar e proveitoso, outro  malsão e funesto. 
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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