19/05/2012 (Sábado)
ILUMINE-SE!
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OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.
(Continuação)
Podem-se denominar coisas melhores com nomes de coisas inferiores?
R — Estás compreendendo bem. Mas vê se é conveniente podermos chamar a prata com nome de falso chumbo.
A — Não me agrada.
R — Como assim?
A — Não sei. Só sei que isso vai muito contra a minha vontade.
R — Não é, talvez, porque a prata é melhor e se rebaixa o seu valor? Mas quanto ao chumbo, se for chamado falsa prata, é quase uma distinção para ele.
A — Explicaste diretamente o que eu queria. Por isso, acho que com razão devem ser considerados como desonrados e infames os homens que se apresentam vestidos de mulher, a quem não sei como melhor denominar: falsas mulheres ou falsos homens. Mas sem dúvida podemos chamá-los verdadeiros farsantes e verdadeiros infames. Ou, se eles permanecem ocultos, uma vez que alguma coisa não pode ser dita infame a não ser por uma fama vergonhosa, acho que é com razão que os chamamos verdadeiros patifes.
R — Trataremos disso noutro lugar, pois praticam-se muitas coisas que parecem torpes do ponto de vista popular, mas que se apresentam como honestas por um fim louvável. Assim, levanta-se uma grande questão se, com a finalidade de salvar a pátria , alguém deva vestir-se de mulher para enganar o inimigo, pelo mesmo fato de que, sendo uma falsa mulher, venha talvez a ser um homem mais verdadeiro. E se um sábio, que de algum modo tenha certeza de que sua vida seja necessária para o bem público, preferir morrer de frio a vestir-se com casacos femininos, na falta de outros casacos. Mas, como dissemos, trataremos disso noutro lugar. Certamente percebe quanto temos a investigar para progredirmos, sem incorrer em certas frivolidades inevitáveis. Mas o que já é suficiente para a presente questão é que acho evidente, nem se pode duvidar, que algo não seja falso senão por alguma imitação que apresente em relação ao verdadeiro.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
(Continuação)
Podem-se denominar coisas melhores com nomes de coisas inferiores?
R — Estás compreendendo bem. Mas vê se é conveniente podermos chamar a prata com nome de falso chumbo.
A — Não me agrada.
R — Como assim?
A — Não sei. Só sei que isso vai muito contra a minha vontade.
R — Não é, talvez, porque a prata é melhor e se rebaixa o seu valor? Mas quanto ao chumbo, se for chamado falsa prata, é quase uma distinção para ele.
A — Explicaste diretamente o que eu queria. Por isso, acho que com razão devem ser considerados como desonrados e infames os homens que se apresentam vestidos de mulher, a quem não sei como melhor denominar: falsas mulheres ou falsos homens. Mas sem dúvida podemos chamá-los verdadeiros farsantes e verdadeiros infames. Ou, se eles permanecem ocultos, uma vez que alguma coisa não pode ser dita infame a não ser por uma fama vergonhosa, acho que é com razão que os chamamos verdadeiros patifes.
R — Trataremos disso noutro lugar, pois praticam-se muitas coisas que parecem torpes do ponto de vista popular, mas que se apresentam como honestas por um fim louvável. Assim, levanta-se uma grande questão se, com a finalidade de salvar a pátria , alguém deva vestir-se de mulher para enganar o inimigo, pelo mesmo fato de que, sendo uma falsa mulher, venha talvez a ser um homem mais verdadeiro. E se um sábio, que de algum modo tenha certeza de que sua vida seja necessária para o bem público, preferir morrer de frio a vestir-se com casacos femininos, na falta de outros casacos. Mas, como dissemos, trataremos disso noutro lugar. Certamente percebe quanto temos a investigar para progredirmos, sem incorrer em certas frivolidades inevitáveis. Mas o que já é suficiente para a presente questão é que acho evidente, nem se pode duvidar, que algo não seja falso senão por alguma imitação que apresente em relação ao verdadeiro.
(Continua)
(Por Aurelius Augustinus *354 +430).
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