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GALÁXIA, ALFA, Brazil
Simples como a brisa, complexo como nós. Nascido em 25/5/1925.

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domingo, 3 de junho de 2012

O PROBLEMA DA FELICIDADE (IV) — A VIDA FELIZ


03/06/2012 (Domingo)




ILUMINE-SE!
OS DIREITOS AUTORAIS DE "SOLILÓQUIOS E A VIDA FELIZ" JÁ CADUCARAM, POIS O AUTOR FALECEU NO ANO 430 DE NOSSA ERA. PORTANTO, HÁ MAIS DE SETENTA ANOS. POSSO POSTAR, VOCÊ PODE COPIAR. É DE DOMÍNIO PÚBLICO. LEI 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 - ART. 41. OS DIREITOS PATRIMONIAIS DO AUTOR PERDURAM POR SETENTA ANOS CONTADOS DE 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQÜENTE AO DE SEU FALECIMENTO, OBEDECIDA A ORDEM SUCESSÓRIA DA LEI CIVIL. PARÁGRAFO ÚNICO. APLICA-SE ÀS OBRAS PÓSTUMAS O PRAZO DE PROTEÇÃO A QUE ALUDE O CAPUT DESTE ARTIGO.

(Continuação)


Só quem possui a Deus é feliz:


Pois bem, prossegui, admitis ser infeliz o homem que não é feliz?


— Sem a menor dúvida.


— Logo, é infeliz quem não possui o que deseja?


Todos aprovaram.


— Então, o que o homem precisa conseguir para ser feliz? Eis talvez aí um bom suplemento ao nosso festim, pois precisamos não esquecer o grande apetite de Licêncio. Imagino eu que tal homem desejoso da felicidade deva obter tudo quanto pode querer, à sua vontade?


— Evidentemente, disseram eles.


— Isso significa ser necessário que se procure um bem permanente, livre das variações da sorte e das vicissitudes da vida. Ora, não podemos adquirir à nossa vontade, tampouco conservar para sempre, aquilo que é perecível e passageiro.


Todos se mostraram de acordo a esse respeito, exceto Trigésio que objetou:


— Há muitos homens afortunados que possuem em grande abundância tais bens frágeis e sujeitos ao acaso, e, no entanto, levam vida muito agradável. Nada lhes falta de tudo quanto desejam.


— Na tua opinião, disse-lhe eu, achas poder ser feliz o homem sujeito a receios?


— Não me parece ser possível, respondeu ele.


— E pode viver sem receio, quem pode vir a perder o que ama?


— Impossível, confirmou ele.


— Ora, todos esses bens sujeitos à mudança podem vir a ser perdidos. Por conseguinte, aquele que os ama e possui não pode ser feliz de modo absoluto.


Não tendo Trigésio replicado, minha mãe tomou a palavra:


— Ainda que alguém tivesse a certeza de não perder tais bens frágeis, contudo, nunca viria a se contentar com o que possui. Portanto, a pessoa seria infeliz pelo fato de querer sempre mais.


— Nesse caso, argumentei, aquele que possuísse bens em abundância, rodeado de benefícios sem conta, supondo que pusesse limite a  seus desejos e que vivesse satisfeito com o que possuísse, no gozo honesto e agradável desses bens, a teu parecer seria ele feliz?


— Não seriam essas coisas que o tornariam feliz, mas a moderação do seu espírito.


— Muito bem! Não poderia haver melhor resposta à minha pergunta, nem outra poderia eu esperar de ti. Por conseguinte, estamos convencidos de que, se alguém quiser ser feliz, deverá procurar um bem permanente, que não lhe possa ser retirado em algum revés de sorte.


— Já concordamos com isso, diz Trigésio.


— Então, qual a vossa opinião? É Deus eterno e imutável?


Eis aí uma verdade tão certa que qualquer questão se torna supérflua, interveio Licêncio.


Em piedosa harmonia, todos os outros disseram-se de acordo. Concluí, então:


— Logo, quem possui a Deus é feliz!
(Continua)


(Por Aurelius Augustinus *354 +430).

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